A Câmara Municipal de Arouca vai criar um corredor florestal de 12 quilómetros com árvores autóctones mais resistentes ao fogo do que os eucaliptos para, assim, proteger o município contra os incêndios. De acordo com a Rádio Renascença, este projeto-piloto conta com o apoio de 70 proprietários do concelho e vai ser monitorizado durante dez anos.
O arranque do projeto está marcado para setembro deste ano, altura em que começarão a ser plantadas 80 mil árvores numa faixa com 10 metros de largura a partir do percurso entre o centro da vila e os passadiços do Paiva.
José Artur Neves, presidente da Câmara de Arouca, explica à rádio que “vamos usar cinco espécies de árvores autóctones que são mais resilientes e não deixam crescer grande vegetação sob as suas copas – sobreiros, castanheiros, bétulas, cerejeiras e carvalhos – e depois assumiremos a gestão deste corredor ao longo de dez anos, antes de devolvermos essa responsabilidade aos proprietários. Nos nossos contactos com os donos dos terrenos, 99% deles mostraram-se entusiasmados com o projeto e só um é que se recusou a participar, por preferir plantar apenas eucalipto, que rende mais financeiramente.”
De acordo com o autarca, o eucalipto será uma espécie a evitar no concelho, “não só pelos riscos enormes que representa em caso de incêndio, mas também porque é ela que tem vindo descaracterizar toda a floresta portuguesa”. Assim, será criada uma cortina de proteção contra incêndios, recorrendo a outras espécies que permitam também melhorar a paisagem natural do concelho.
Agora, a autarquia irá aceder às terras dos proprietários que cederam esse direito e, para além de gerir essas áreas, irá recorrer a técnicos especializados para monitorizar o crescimento de cada espécie e o seu comportamento em caso de fogo. Se o resultado for positivo, a medida será alargara a todo o concelho, “o que implicará muitos milhões de árvores”, revela José Artur Neves à Rádio Renascença.
