As previsões agrícolas apontam para aumentos de produção nas frutícolas e na vinha, ao mesmo tempo que se perspectivam quebras na avelã e castanha.
Os dados foram publicados no Boletim Mensal da Agricultura e Pescas do INE e dizem respeito às previsões agrícolas a 30 de Setembro deste ano.
O tempo quente e seco que se fez sentir em Setembro, acompanhado por ventos por vezes fortes e precipitação fraca, permitiu que as vindimas e as colheitas das culturas de Primavera-Verão tivessem decorrido sem contratempos. Por outro lado, este quadro meteorológico favoreceu a ocorrência de incêndios que nalgumas regiões do Centro devastaram áreas agrícolas e afectaram culturas forrageiras.
Apesar da ausência prolongada de chuva ocorrida durante todo o ciclo, o milho de regadio apresentou um estado vegetativo próximo do normal para a época. Contudo, o rendimento unitário foi afectado pela escassez de humidade no solo, estando previsto um decréscimo da respectiva produtividade na ordem de 10% face à campanha passada.
A batata de regadio sofreu um aumento de 5% na produção. Este acréscimo deve-se a um aumento da produção em armazém e a uma baixa do preço de mercado. Calcula-se que venham a existir dificuldades de escoamento, nomeadamente no caso dos pequenos produtores que operam nos circuitos tradicionais do mercado.
O grão-de-bico continua em declínio (-20%), confirmando a tendência que se tem vindo a sentir na produção de leguminosas ao longo desta década. Na actual campanha, este tipo de culturas registaram um bom desenvolvimento vegetativo, para além da boa qualidade. As produções vão ser inferiores em 15% para o feijão e em 20% para o grão-de-bico.
Prevê-se uma quebra de 10% na produção de girassol mas um aumento de 5% na produção de tomate para a indústria, devido ao aumento da área de cultivo que esta última teve na actual campanha.
As condições climáticas proporcionaram uma boa floração e bons vingamentos das pomóideas. As chuvas que ocorreram durante o mês de Junho contribuíram para um aumento do calibre dos frutos. Estima-se que as produções de maçã e pêra venham a registar aumentos de 5% e 15%, respectivamente.
As boas condições meteorológicas favoreceram as florações e condições de polinização no início do ciclo produtivo dos pomares de kiwi. Está previsto um aumento de 10% na produtividade, apesar dos frutos apresentarem um calibre inferior ao da campanha anterior.
Para os frutos secos a previsão é de quebras nas produtividades da avelã (-10%) e da castanha (-10%), devido aos baixos teores de humidade no solo e às elevadas temperaturas estivais. Por outro lado, a produção de amêndoa teve um aumento de 5%, face ao ano anterior, o que contraria a tendência registada nos últimos três anos.
Em Junho de 2009, e em relação ao mês anterior, registou-se uma variação positiva de 3,4% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente na agricultura. Para o mesmo período, o índice de preços de bens de investimento registou uma variação negativa de 0,1%.
