A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera que a atividade deveria ter sido abrangida há mais tempo nas linhas de crédito previstas para o apoio às empresas.
O alargamento das linhas de crédito de apoio às empresas a outros setores prevê que este apoio passe a abranger centenas de atividades, tendo o valor passado de 1,3 mil milhões de euros para 4,5 mil milhões. Este novo protocolo assegura também o aumento do prazo de reembolso dos empréstimos, de quatro para seis anos.
Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, considera que a inclusão dos empresários agrícolas nestas linhas de emergência era uma necessidade óbvia.
“Não havia mesmo outra possibilidade que não fosse a agricultura poder ser incluída no conjunto de empresas ou de atividades económicas que podem aceder à medida”, justificou Eduardo Oliveira e Sousa, citado pela TSF.
“A tesouraria é, nesta fase, um dos principais problemas, não só para as empresas que param, mas também para as empresas que não param, porque as que não param – como é o caso da agricultura – lidam com empresas que lidam com a população em geral, lidam com algumas empresas em dificuldades”, acrescenta o representante da CAP.
Luís Mira sugere intervenção de Bruxelas para controlar a descida de preços
A CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal defende também a intervenção da Comissão Europeia na regulação dos preços dos produtos agrícolas no mercado comunitário, para prevenir uma descida.
Segundo avança o Jornal Económico, Luís Mira, secretário-geral da CAP, sugere ainda a antecipação dos pagamentos no âmbito da PAC – Política Agrícola Comum, de outubro para julho ou agosto, em cerca de 300 a 400 milhões de euros, além da entrega de verbas contratualizadas com os empresários do setor para investimentos na modernização e inovação ao abrigo do PDR – Plano de Desenvolvimento Regional.
Em entrevista à publicação, o secretário-geral da CAP apelou ainda ao pagamento direto de apoios financeiros ao setor, ao consumo de produtos nacionais e ao aproveitamento de mão-de-obra que se encontra em lay-off noutros setores para as colheitas de produtos agrícolas.