A Europol – Serviço Europeu de Polícia apreendeu 1356 toneladas de produtos fitofarmacêuticos ilegais ou contrafeitos em 32 países – mais três do que em 2019 –, como desfecho de uma operação internacional. A apreensão, que representou o dobro dos valores do ano passado, foi o resultado de um total de 260 investigações abertas, dois indivíduos detidos e milhares de materiais fitofarmacêuticos contrafeitos confiscados em território europeu.
As autoridades responsáveis realizaram inspeções nas fronteiras terrestres e marítimas, nos mercados interiores e nas entregas de encomendas, inspecionando mais de 3 000 toneladas de produtos oriundos de países como Bélgica, França, Alemanha, Polónia, Eslovénia e Suíça.
Operações como a Silver Axe têm grande importância, principalmente neste momento em que o controlo da produção e comercialização de produtos fitofarmacêuticos na União Europeia é cada vez mais restrito e considerando o risco que os produtos falsificados representam para o meio ambiente, saúde e segurança dos consumidores.
A 5ª edição da operação apreendeu quantidades suficientes para pulverizar 207 000km2 de terra, o equivalente a todas as terras agrícolas na Alemanha, quase 75% das terras agrícolas em França e 150% na Roménia. O de lucro criminal destes produtos foi avaliado em 94 milhões de euros.

Para o sucesso da operação contribuíram entidades como o Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), além de terem colaborado diferentes organizações europeias e internacionais, como a Associação Europeia para a Proteção das Plantas (ECPA) e a CropLife Internacional.
Em território português, algumas das operações contaram com o apoio da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA).
“É notório o envolvimento e compromisso crescente de todas as entidades, países e parceiros, no combate a uma fraude que tem vindo a crescer, tornando-se num dos negócios criminosos mais lucrativos do mundo. Acima de qualquer preocupação estará sempre a garantia do bem-estar humano e o risco elevado que estas substâncias ilegais representam para a saúde e ambiente, uma vez que não passam pelos rigorosos testes de segurança que são necessários para colocar produtos fitofarmacêuticos no mercado. É para nós um enorme orgulho fazer parte do combate a este flagelo, e responder positivamente à necessidade de cooperação que existe face à complexidade e escala desta fraude”, refere António Lopes Dias, diretor executivo da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA).