As exportações do setor agroalimentar mantêm a tendência de crescimento, tendo registado um aumento de 6,1% em outubro de 2020, face ao mesmo período do ano passado. Também no acumulado, entre 1 de janeiro e 31 de outubro de 2020, verificou-se um crescimento das exportações na ordem dos 2,7%, quando comparado com o período homólogo. Os dados foram divulgados no último sábado (12 de dezembro) pelo Ministério da Agricultura.
Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Agricultura destaca que “considerando apenas a agricultura, o crescimento é ainda maior”. De acordo com o documento, “no acumulado de janeiro a outubro de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019, as exportações aumentaram 6,6%”.
Entre os produtos agroalimentares que mais crescerem em percentagem, no acumulado de janeiro a outubro, quando comparado com o mesmo período do ano passado, constam os “açucares e produtos de confeitaria” (39,3%), as “sementes e frutos oleaginosos” (37,9%) e as “carnes, miudezas e comestíveis” (15,4%), assinala o referido comunicado. Por sua vez, em valor, as “frutas” e as “gorduras e óleos” aumentaram 65,6 e 63,4 milhões de euros, respetivamente.
A mesma nota sublinha que, “se analisarmos as exportações, comparando o mês de outubro de 2020 com o mês homólogo, verificamos que um dos grupos de produtos agrícolas que mais cresceu foi o das ´plantas vivas e produtos de floricultura´, com um crescimento de 32,6%, seguido dos ´animais vivos´, 11,2%, e o das ´carnes e miudezas comestivas´, 5,7%”.
Quanto à variação entre o mês de outubro e o mês de setembro de 2020, o Ministério da Agricultura revela que “os maiores crescimentos são das ´plantas vivas e produtos de floricultura´ (48,5%), seguidas dos ´produtos hortícolas, plantas raízes e tubérculos comestíveis´, com um crescimento de 26%, dos ´animais vivos´, 25,7%, e dos ´vinhos e mostos´ a crescerem 14,1%”.
Para a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, estes dados “demonstram, mais uma vez, a resiliência e a capacidade de trabalho dos agricultores portugueses e de todo setor agroalimentar”.
Efeitos da pandemia de covid-19
O Ministério da Agricultura alerta, no entanto, que o rendimento gerado pela atividade agrícola “deverá diminuir 3,3% em 2020, face a 2019, condicionada que foi pelos efeitos da pandemia covid-19, verificando-se um impacto negativo na produção vegetal, sobretudo dos produtos mais perecíveis ou sensíveis a transporte e armazenamento, ou pelas alterações nos padrões de consumo decorrentes do confinamento”.
Tendo em conta esta previsão, o Ministério da Agricultura acionou um conjunto de medidas de apoio o setor, com o objetivo de “minimizar as perdas, gerar liquidez nas empresas e nos produtores agrícolas e criar previsibilidade”.
Entre as medidas implementadas, o ministério destaca “o reforço dos pagamentos diretos, os adiantamentos no âmbito do Pagamento Único 2020, as medidas de crise para os vinhos, a linha de crédito bonificada, de 20 milhões de euros, dirigida aos produtores de flores de corte e plantas ornamentais, a apoio excecional destinado aos sectores da carne de aves, ovos, carne de suíno ou o reforço das cadeias curtas e mercados locais, tornando elegível as ações de entrega ao consumidor final, assim como a modernização dos ´mercados locais´, com aumento do valor do investimento elegível”
“Continuaremos a acompanhar de forma muita próxima os nossos agricultores para podermos, a todo o tempo, por no terreno as medidas e as ações necessárias para que a agricultura continue a alimentar quem sempre nos alimentou” sublinha a titular da pasta da Agricultura.