A The Navigator Company assumiu esta terça-feira (8 de outubro) o compromisso de antecipar, em 15 anos, a sua neutralidade carbónica, o que lhe permitirá ter, até 2035, todos os seus complexos industriais neutros em emissões de carbono. A notícia foi avançada pela empresa durante o seu Fórum de Sustentabilidade, ocasião em que anunciou ainda um investimento de 158 milhões de euros para cumprir esta meta.
Recorde-se que a União Europeia estabeleceu como meta ter uma Europa neutra em emissões de CO2 em 2050. A The Navigator Company decidiu acelerar o cumprimento deste objetivo e promete antecipar a sua concretização em 15 anos.
Assim, a Navigator criou o seu próprio roteiro para a neutralidade carbónica que envolve um conjunto de investimentos em energias renováveis e novas tecnologias, que permitirão reduzir as emissões de CO2 e a plantação de floresta de modo a realizar a compensação das emissões não passíveis de eliminar.
As florestas sob gestão da The Navigator Company em Portugal têm um stock de carbono, excluindo o carbono no solo, equivalente a 5,4 milhões de toneladas de CO2. Este montante é o equivalente às emissões que seriam geradas por 1,5 milhões de carros a percorrer uma distância equivalente ao perímetro do planeta. De acordo com a empresa, nas suas áreas de proteção da natureza (cerca de 11 mil hectares, mais de 10% da área total), a Navigator protege um total de 235 espécies de fauna e 740 espécies de flora, um número de espécies protegidas que tem vindo a aumentar, contrariando a tendência mundial em que o número de espécies protegidas está a diminuir.
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, endereçou uma carta aos participantes do Fórum de Sustentabilidade da Navigator em que afirma que “as alterações climáticas são uma ameaça à nossa existência e, por isso, a questão que define o nosso tempo. O desafio é grande, exige muito mais ambição, mas sabemos que existem soluções.”
O Secretário-Geral das Nações Unidas diz ainda que “sinto-me encorajado pela massiva mobilização popular em defesa da ação climática, assim como pelos compromissos assumidos na recente Cimeira de Ação Climática. Governos, jovens, empresas, cidades, investidores e sociedade civil, uniram-se para adotar as medidas que o mundo tanto necessita para que se consiga evitar uma catástrofe climática. Mais de 100 líderes do setor privado comprometeram-se a acelerar a transição das suas empresas para a economia verde. Um grupo constituído por alguns dos maiores detentores de ativos do mundo prometeu mudar as suas carteiras para investimentos neutros em carbono até 2050. E um terço do setor bancário mundial assumiu o compromisso de alinhar práticas com as metas do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estas e outras medidas são bem-vindas e importantes, mas não são suficientes. Desde o início, a Cimeira foi projetada para alertar o mundo e acelerar a ação a uma escala mais ampla. A participação ativa do setor empresarial é essencial. Conto com a vossa liderança e o vosso apoio.”