Os eurodeputados pediram à Comissão Europeia que apresente propostas legislativas nesse sentido, evitando contudo encargos financeiros e administrativos excessivos. De acordo com o Parlamento Europeu, “estima-se em 30-50%, conforme o país da UE em causa, o volume total da carne transformada em ingredientes à base de carne para géneros alimentícios, principalmente em carne picada, preparados de carne e produtos à base de carne.”
Os recentes escândalos alimentares, como a substituição fraudulenta da carne de bovino por carne de cavalo, mostraram que os consumidores europeus querem disposições mais rigorosas sobre rastreabilidade e informação ao consumidor, com mais de 90% dos consumidores a considerarem importante que o rótulo indique a origem dos produtos à base de carne transformados, segundo um inquérito realizado em 2013.
“A indicação da origem da carne utilizada como ingrediente em alimentos transformados ajudará a garantir uma melhor rastreabilidade ao longo da cadeia de abastecimento alimentar, relações mais estáveis entre os fornecedores e os transformadores de carne e uma maior diligência por parte dos operadores do setor alimentar na escolha dos respetivos fornecedores e produtos”, afirma o Parlamento Europeu numa resolução recentemente aprovada por 460 votos a favor, 204 contra e 33 abstenções.
O Parlamento Europeu recomenda, no entanto, que a questão dos custos da rotulagem com a indicação do país de origem seja examinada de forma mais aprofundada, para “obter uma imagem mais clara dos possíveis efeitos sobre os preços”. Os eurodeputados salientam que os requisitos obrigatórios de rotulagem devem ter em conta os encargos administrativos para os operadores do setor alimentar e para as autoridades responsáveis pela aplicação dessas regras, recordando que 90% das empresas do setor da transformação de carne são PME.