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Agroindústria

Portugal autoriza utilização de insetos para alimentação humana

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) aprovou a utilização de insetos (inteiros - não vivos ou moídos) para a alimentação humana.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) aprovou a utilização de insetos para a alimentação humana. Os insetos podem ser comercializados/usados, inteiros (não vivos) e moídos (por exemplo, farinha). Partes ou extratos de insetos não podem ser comercializados, revela a instituição, em nota do site.

Portugal entra agora num período transitório no qual é possível comercializar insetos que cumpram as seguintes condições:

  • Terem sido legalmente colocado no mercado, num país da EU, antes de 1 de janeiro de 2018;
  • Ter sido apresentado um pedido de autorização de colocação no mercado, para esse inseto, como novo alimento ou alimento tradicional de país terceiro, antes de 1 de janeiro de 2019.
 

Deste modo, as espécies de insetos que podem ser produzidas, comercializadas e utilizadas na alimentação, em Portugal são: Acheta domesticus; Alphitobius diaperinus; Apis mellifera male pupae; Gryllodes sigillatus; Locusta migratória; Schistocerca Gregaria; e Tenebrio mollitor.

No início do mês, já tinha sido publicado o Regulamento de Execução que autoriza o novo alimento “Larvas de Tenebrio molitor desidratadas”, a ser colocado no mercado.

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Reação da Tecmafoods

 

A Tecmafoods, a primeira empresa portuguesa licenciada para a produção de insetos, que comercializa a marca Greenmeal, vê esta aprovação como “um marco histórico, dada a grande importância que estes vão assumir na nossa alimentação futura”.

“Para as empresas que incorporam a proteína nos seus produtos, esta é, sem dúvida, uma grande oportunidade para melhorarem a sua qualidade e enriquecerem as suas características nutritivas”, refere Vasco Esteves, CEO da Tecmafoods, citado em comunicado.

 

A empresa lembra que “os insetos são um alimento muito rico e equilibrado e com propriedades prebióticas, antimicrobianas, hipoalergénicas e anti-inflamatórias. São nutricionalmente densos e o seu consumo reduz a obesidade e pode ajudar a combater a diabetes e outras doenças que afetam a nossa saúde”.

A Tecmafoods recorda ainda que “basta substituir uma parte do nosso consumo habitual de carne ou peixe por insetos para reduzirmos a nossa pegada ecológica. Os insetos gastam muito menos recursos que as outras fontes proteicas animais. A título de exemplo, e comparando com a produção bovina, para a produção de cada unidade de proteína de inseto é apenas necessário 1/10 de alimentação, 1/2500 de água, ocupa 1/200 de terra, é 15 vezes mais rápida a produzir e emite 1/100 de gases com efeito de estufa”.