Os portugueses estão cada vez mais preocupados com o ambiente, mas não revelam muitas mudanças ao nível do comportamento. Esta é uma das principais conclusões do ‘3º Estudo do Observatório do Consumo Consciente’ e do ‘Índice Nacional do Consumo Consciente’, que indica também que, para a maioria dos consumidores portugueses, o preço continua a ser um dos fatores principais no momento de decisão.
Segundo o estudo, “os portugueses estão mais preocupados com o ambiente (69% relativamente aos 66% dos dois anos anteriores), mas pouco dispostos a pagar taxas ambientais e com pouca participação social.” Para além disso, o documento revela que os portugueses ainda utilizam pouco os transportes públicos nas deslocações diárias, mas aumentaram as boleias. De resto, o estudo mostra que 29% dos portugueses já compram produtos biológicos e que 74% optam por comprar produtos produzidos em Portugal.
Estes dados foram apresentados na primeira conferência do Ciclo de Conferências Green Project Awards (GPA) 2018, realizada em parceria com a DECO e em conjunto com o Fórum do Consumo, a Universidade Lusófona, o IADE-Universidade Europeia e a GfK. Jorge Cancela, da DECO, explicou durante a sessão que “o fator essencial de consumo ainda é o preço e a qualidade. O consumidor nunca associa o produto às emissões de CO2. As associações de consumidores têm um papel fundamental na consciencialização do consumidor, mas este tema não pode recair apenas sobre os consumidores sendo que as empresas devem ser responsabilizadas. É preciso consciencializar o consumidor que o preço não é só moeda… são as consequências que determinados produtos acarretam e discutir realmente o que é um produto português. Com exceção dos BIO, o que devem os outros produtos ter para ser produto português?”.
Já José António Rousseau, moderador e Presidente do Fórum do Consumo, acrescentou ainda que é “pela evolução do consumo que estamos aqui, que vivemos com abundância de escolhas. No entanto, o consumo tem sido diabolizado por não ser feito de forma correta. Uma vez que não temos recursos infinitos, sabemos que precisamos de consumir de forma consciente. O consumo consciente devia ser um mantra no dia a dia, em casa, nas escolas e nas empresas”.