Um novo Clube pelo futuro da floresta

A floresta portuguesa, fragmentada num sistema de minifúndio, é pertença de cerca de 400 mil proprietários. Essa dispersão, entre outros fatores, tem dificultado uma gestão efetiva e sustentável e limitado a concretização de todo o potencial que este ativo tem para o País. Foi para transformar este cenário que nasceu o Clube Produtores Florestais Navigator.

Lançado no final de novembro de 2023, o Clube Produtores Florestais Navigator tem já cerca de 200 membros. A rápida adesão a este novo projeto da The Navigator Company é reveladora da necessidade, sentida transversalmente pelos parceiros do setor, de um movimento com o caráter mobilizador que está na génese do Clube.
A perceção dessa necessidade foi uma constante em todo o processo de cocriação do Clube, no qual a Navigator envolveu vários membros-fundadores num trabalho colaborativo. Num contexto de desertificação do interior, de abandono da floresta e de preponderância do minifúndio, tornava-se urgente a cooperação que o Clube Produtores Florestais Navigator vem propor. E é precisamente esse o sentido do seu lema orientador – “A União faz a Floresta”.
Sendo que cerca de 98% da floresta portuguesa corresponde a propriedade privada ou comunitária – com cerca de 400 000 proprietários –, torna-se evidente o impacto que pode vir desta união, que permitirá a obtenção de ganhos de escala e, não menos importante, trabalhará na capacitação dos vários agentes da fileira.
“Queremos, através do Clube, continuar a promover um aumento de área de floresta com gestão efetiva, e queremos que este seja um motor de aceleração da capacitação do setor”, afirma Paulo Santos, Coordenador do Clube Produtores Florestais Navigator. “Para isso, precisamos de trabalhar com os nossos parceiros, no sentido de fortalecer o seu nível de sustentabilidade e competitividade a médio e longo prazo”, acrescenta. “Porque só com empresas capacitadas e competitivas vai ser possível termos uma floresta eficiente no futuro. É para o futuro que estamos a trabalhar”, conclui.

Paulo Santos, Coordenador do Clube Produtores Florestais Navigator

Como vai o Clube transformar a floresta em Portugal?

Para conseguir atingir os seus objetivos e ter o efeito transformador que se propõe, o Clube Produtores Florestais Navigator vai focar-se em cinco grandes áreas de atuação, sempre numa lógica de mais proximidade, maior investimento e reforço do compromisso entre parceiros:

• Maximizar a produtividade;
• Atuar em escala;
• Garantir custos eficientes;
• Capacitar os agentes;
• Valorizar os ativos.

Sejam produtores ou associações florestais, prestadores de serviços ou fornecedores de madeira, todos os membros encontrarão soluções para os desafios do seu negócio. “Pela nossa dimensão e estrutura, conseguimos que o Clube preste apoio, a vários níveis, a quem está numa fase de crescimento: tanto através da formação e desenvolvimento de competências, muitas vezes não técnicas, como a nível de investimentos, diminuição de custos, ou ainda temas administrativos, que muitas vezes se tornam obstáculos à consolidação de uma pequena empresa”, explica Paulo Santos.
Porque a floresta é um ativo que traz às comunidades valores e impactos positivos que extravasam o plano económico, com todos os serviços de ecossistema que lhes presta, faz sentido que o Clube aspire e apele ao envolvimento da sociedade como um todo. Cada organização e cada cidadão podem ter o seu papel ativo na promoção desta iniciativa. Porque quanto mais força tiver o Clube, menor será a área de floresta abandonada e maior será aquela onde existe uma gestão ativa, que diminui os riscos de incêndio e aumenta o sequestro de CO₂, que promove a conservação da biodiversidade e combate a desertificação do interior.