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Agricultura

Agricultores algarvios dizem só aceitar cortes de água iguais para todos os setores

Governo quer reduzir perdas de água, construir mais barragens e utilizar águas residuais tratadas iStock

A Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), que representa os agricultores algarvios, exigiu na passada segunda-feira, dia 29 de abril, que os cortes no consumo de água na região sejam atualizados e avança que “só aceitará aquilo que sempre defendeu: cortes iguais para todos”.

A posição da CSHA nesta matéria foi anunciada em comunicado no dia anterior à reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Albufeiras, que se realiza hoje, dia 30 de abril, e que irá fazer um ponto da situação do armazenamento de água na região algarvia.

 

Para a Comissão “a previsão de armazenamento de 35 hectómetros cúbicos de água entre 27 de dezembro de 2023 e o final de abril deste ano já se encontra ultrapassada (a 15 de abril, o encaixe tinha sido de 86 hectómetros cúbicos)”, estando a região “com níveis de água suficientes para os próximos anos”.

“Tendo em consideração que nunca foi apresentada uma justificação para a diferença entre os cortes impostos para a agricultura e para os restantes sectores”, a CSHA espera que, na reunião desta terça-feira, seja definido um corte no consumo de água de 15% para todos os sectores. De recordar que os valores em vigor desde janeiro são de 15% para o turismo e setor urbano e 25% para a agricultura.

 

Adicionalmente, a Comissão afirmou que “gostaria de ouvir” a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) anunciar o aumento do volume de água a transpor da Barragem do Funcho para a Barragem do Arade.

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Esta ação, diz a Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve, tem sido solicitada pela Associação de Regantes de Silves, Lagoa e Portimão, “para que a agricultura deste perímetro de rega possa fazer esta campanha com o corte de 15%, necessitando de cinco hectómetros cúbicos de água do Funcho”.

 

Além disso, a CSHA refere em comunicado que tem também expetativas de que na reunião, “seja apresentada uma proposta para a legislação da gestão da água subterrânea que permita a criação de associações de produtores instalados e utilizadores de cada aquífero”.

“Acreditamos que apenas com a implementação destas medidas se poderá contribuir para a gestão sustentável dos recursos hídricos e garantir o abastecimento eficiente de água à agricultura, prioridades assumidas por este Governo”, termina a comunicação da CSHA.

 

Desde 5 de fevereiro, a região algarvia tem vivido em situação de alerta devido à seca, levando o antigo Governo a avançar com medidas no que toca à restrição do consumo de água.