A Ministra da Agricultura e Alimentação da Alemanha, Julia Klöckner, confirmou numa conferência de imprensa que amostras de um javali selvagem morto, encontradas a poucos quilómetros da fronteira com a Polónia, no distrito de Spree-Neisse, estado de Brandenburg, testaram positivo para o vírus da peste suína africana (PSA).
O Instituto Friedich Loeffler (FLI), laboratório nacional de referência do país, realizou a testagem. O resultado positivo indica que a Alemanha, um dos maiores produtores de suínos da Europa, deixa de ser oficialmente um país livre de PSA, o que pode comprometer as exportações, principalmente para a Ásia. Esta situação é semelhante à que ocorreu na Bélgica, que conseguiu manter o vírus sob controlo.
De acordo com a publicação Animal’s Health, a ministra alemã defende que o país “está preparado” para enfrentar este novo cenário e que tem um protocolo, que foi ativado imediatamente, para lidar com estes casos. Além disso, a Alemanha criou uma equipa de crise centrada na contenção da doença.
Klöckner anunciou que, em primeiro lugar, serão implementadas restrições ao tráfego de veículos e de pessoas através da área afetada, onde a procura de javalis mortos também será intensificada, através de drones e cães.
Os estados alemães serão responsáveis pela gestão da crise e deverão estabelecer áreas de restrição, embora apenas na área afetada, uma vez que a ministra insistiu que não querem que todos os criadores de gado do país sejam afetados por este evento.
Klöckner tranquilizou ainda os consumidores, recordando que a PSA não afeta os seres humanos, nem o consumo de carne possivelmente contaminada.
Sobre o impacto económico, a ministra alemã recordou que na União Europeia os critérios de delimitação são aplicados aos surtos de doenças animais, pelo que apenas a região afetada seria proibida de exportar.
Na Europa, já foram detetados surtos de PSA em países como a Itália, Polónia, Bélgica, Letónia, Moldávia, Bulgária, Roménia e Rússia, num total de 11 países europeus.
Já em novembro do ano passado, tinham sido detetados focos da doença na Polónia, a apenas 80 quilómetros da fronteira com a Alemanha.
Em Portugal, a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) e a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa (FMV-UL) assinaram um protocolo de colaboração para melhorar a eficiência das medidas de prevenção contra a ameaça da peste suína africana (PSA), em dezembro do ano passado.