O Governo anunciou, este fim-de-semana, um conjunto de medidas para fazer face à pandemia de covid-19, que serão aplicadas a partir de quarta-feira (4 de novembro), abrangendo 121 concelhos. Entre as medidas anunciadas está a proibição da realização de feiras e mercados de levante.
Em comunicado enviado às redações, a Confederação Nacional da Agricultura lamenta que o Governo e o Ministério da Agricultura “voltem a discriminar os pequenos e médios agricultores que têm nestas feiras e mercados um canal preferencial para venda da sua produção”.
De acordo com a instituição, os mercados e feiras de proximidade “são vitais para assegurar o escoamento da produção agrícola familiar e para a garantir preços mais justos a produtores e consumidores”, pelo que “não compreende com que argumento se justifica a proibição destes espaços ao ar livre, estando garantidas as condições de higiene e segurança recomendadas pelas autoridades”.
“Esta é mais uma medida tomada em linha com o que tem sido as opções políticas do Governo e do Ministério da Agricultura: ao lado do grande agro-negócio que vai engrossando lucros sustententado no comércio à escala global e desprezando os pequenos e médios agricultores, a agricultura familiar, que constituem a vastíssima maioria das explorações agrícolas em Portugal”, sustenta a CNA.
Perante a decisão tomada pelo executivo, a CNA reclama ao Ministério da Agricultura e ao Governo que revertam a decisão de encerrar as feiras e mercados de levante.