A cortiça foi o produto mais relevante (38,2%) da produção silvícola nacional, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com as Contas Económicas da Silvicultura, divulgadas pelo INE, “em 2018, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da Silvicultura diminuiu 2,1% em volume e aumentou 5,3% em valor, verificando-se um significativo acréscimo do Consumo Intermédio (CI), em volume e valor (10,1% e 15,7%, respetivamente)”.
Assim, verificou-se um aumento nominal da Produção da silvicultura (8,3%), para o qual contribuíram a cortiça (+25,1%) e os serviços silvícolas (+21,7%), que compensaram a quebra da produção de madeira (-3,1%), depois da elevada oferta registada no ano anterior devido aos incêndios florestais (de junho e outubro de 2017).
“O acentuado aumento do CI foi determinado fundamentalmente pela componente relativa a serviços silvícolas (nomeadamente operações de limpeza e desbaste de floresta, recolha de sobrantes e construção de caminhos corta-fogos)”, refere o INE.
A produção de cortiça tem registado aumentos nominais consecutivos desde 2013 e em 2018 registou um aumento de 25,1% em comparação com o ano anterior, para o que contribuiu a variação do volume (+6%), mas sobretudo do preço (+18%).
A cortiça voltou este não a recuperar a posição que tinha perdido, a partir de 2004, para a madeira para triturar.
O preço tem apresentado uma tendência crescente desde 2013, que está relacionada com a comercialização de cortiça de qualidade superior necessária ao fabrico de rolhas adequadas à conservação do vinho de qualidade, quer para o mercado nacional, quer para exportação.
Em termos de balança comercial, o saldo de produtos à base de cortiça é positivo e 2018 registou o valor mais elevado, estando incluídos nestes produtos rolhas, materiais para construção civil, decoração ou isolamento.