Em 2023, as exportações nacionais de frutas, legumes, flores e plantas ornamentais atingiram um novo recorde e registaram 2300 milhões de euros, comparativamente com o ano anterior, em que se alcançou um aumento de 11,4% em valor, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira, dia 9 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A Portugal Fresh, Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal indica que estes resultados “estão em linha com o esperado pelo setor que, na última década, tem crescido consecutivamente nas exportações”.
Os principais mercados das exportações portuguesas para estes produtos são Espanha, França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido, sendo que a União Europeia absorve 80% do valor exportado.
Para Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, estes resultados “refletem o dinamismo das empresas portuguesas e a crescente preferência dos consumidores estrangeiros pela qualidade e sabor dos nossos produtos. Portugal tem uma localização privilegiada, com um clima que nos permite produzir cada vez mais ao longo de todo o ano. É pela qualidade, sabor e frescura que queremos competir”.
De acordo com a Associação, apesar desta valorização por parte dos mercados internacionais, o ano passado “foi exigente para a produção nacional e os dados do comércio internacional refletem este contexto: em volume, as exportações diminuíram 4,9%, fruto da quebra de produção em algumas culturas-chave, provocada pela seca”.
“As alterações climáticas levaram a diminuições no volume de produção, tornando urgente uma rede nacional de água, que nos permita aproveitar a procura crescente pelos nossos produtos. Ao mesmo tempo, a estratégia Farm to Fork, que está no centro do European Green Deal da União Europeia, torna impossível assegurar a produção de alimentos na escala necessária para alimentar a UE, aumentando as importações de países terceiros e diminuindo a segurança alimentar. Para assegurarmos produtos seguros, de qualidade e a preços justos para os consumidores temos de garantir que os agricultores conseguem aumentar a produção e assegurar rentabilidade”, defende Gonçalo Santos Andrade.
A Portugal Fresh adianta também que tem em curso um Projeto Conjunto de Internacionalização que, até 2025, “estima realizar missões empresariais e ações de prospeção em quatro novos mercados, a participação em seis feiras internacionais, e iniciativas de promoção para acelerar a presença internacional do setor”.