As exportações de pequenos frutos nacionais cresceram 5,5% em valor face ao ano anterior. As vendas ao exterior desta fileira atingiram 247 milhões de euros no ano passado (face a 234 milhões, em 2019). Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em comunicado, a Lusomorango – organização de produtores nacional de frutas e legumes – refere que “os pequenos frutos se mantêm, assim, como os campeões das exportações agrícolas nacionais, sendo os produtos da fileira das frutas e legumes mais vendidos ao exterior”. Desde 2015, as vendas ao exterior praticamente triplicaram.
“Na anterior crise económica, o setor dos pequenos frutos já tinha demonstrado a sua importância enquanto pilar do setor agrícola nacional, que foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento das exportações nacionais e, nesse sentido, o motor da recuperação económica. Menos de uma década depois, e para responder a circunstâncias completamente inesperadas, os pequenos frutos voltam a mostrar uma resiliência muito forte em contextos de crise, afirma Luís Pinheiro, presidente do conselho de administração da Lusomorango.
O responsável não esquece a importância que a extensão do mecanismo europeu de retirada de produto do mercado teve no setor dos pequenos frutos. “Esse instrumento europeu foi importante para manter a capacidade produtiva do setor, permitindo-lhe encarar o segundo semestre do ano com alguma estabilidade”, explica.
No entanto, na sua visão, não foi só essa extensão que permitiu estes resultados. “Igualmente relevante foi o esforço feito, a nível europeu, para manter as fronteiras abertas e a agilidade dos processos de expedição de mercadorias para o exterior, mesmo quando os nossos principais mercados voltaram a confinar”, acrescenta.

Outros resultados
Além do crescimento em valor, as exportações de pequenos frutos também registaram um recorde em termos de quantidade vendida ao exterior: em 2020, seguiram para os mercados de destino internacionais 39,3 mil toneladas, mais 2% do que no ano anterior.
Os mirtilos (+45%) e as amoras (+32%) foram as categorias que registaram maiores crescimentos, em valor, em termos de exportações. As framboesas mantiveram o registo de 2019, enquanto os morangos registaram um recuo de 25% face ao ano anterior.
Em 2020, mais de metade das exportações destes frutos destinaram-se a dois mercados: o holandês (32%), que representou 80 milhões de euros; e o alemão (20%), que pesou 49 milhões de euros.
Recentemente, o Ministério da Agricultura anunciou que as exportações no setor agroalimentar cresceram 2,5%, no ano passado. Além disso, a associação Portugal Fresh já indicava que as exportações de frutas, legumes, plantas ornamentais e flores aumentaram 4,4%.