A colheita vitivinícola europeia deste ano diminuiu ligeiramente face a 2022 para um pouco mais de 150 milhões de hectolitros. Quando comparado com a média dos últimos cinco anos, a quebra registada é de 5,5%. As estimativas foram reveladas pela associação Copa-Cogeca.
Neste cenário, dos principais produtores, só França e Portugal viram crescer a sua colheita, com o primeiro a crescer 1,47% e o segundo 8,6%. França ultrapassou assim Itália, tornando-se o maior produtor. Itália registou uma quebra de 11,92%, Espanha de 14,42% e Alemanha de 2,1%.
As consequências das alterações climáticas, como o inverno seco, as tempestades de granizo, as inundações e uma primavera chuvosa, originaram quedas na produção na Áustria (-6%), Grécia (-23%), Croácia (-31%) e Eslováquia (-20%), comparado com 2022.
Análise por país
Em França, a produção estimada foi de 45 milhões de hectolitros. O país foi afetado pelo míldio e pelas secas, principalmente no Sul, mas as medidas de crise implementadas como a ajuda à destilação e a colheita em verde permitiram o balanço positivo.
Já em Portugal, a produção foi de pouco menos de 10 milhões de hectolitros. O aumento registado deveu-se às medidas de destilação que estão a ser implementadas, com o destaque para o facto de a colheita de 2022 ter diminuído 8%, o que contribuiu para o crescimento.
Pela primeira vez em sete anos, a Itália perdeu a liderança como produtor de vinho, com uma produção estimada de 43,9 milhões de hectolitros. As fortes chuvas da primavera que se transformaram em inundações na região de Emilia Romagna e os fortes episódios de míldio, nomeadamente no centro e sul das vinhas do país, explicam a queda.
Por sua vez, Espanha continua a ser o terceiro maior produtor (produção estimada em 30,8 milhões de hectolitros). As vinhas espanholas sofreram devido ao outono, inverno e primavera secos, às chuvas fortes no final da primavera, às ondas de calor durante o verão e ao granizo. A baixa humidade permitiu que as vinhas se mantivessem relativamente saudáveis.
Finalmente, a inflação e os altos custos de produção na cadeia de abastecimento originaram a queda na produção, que rondou os 8,86 milhões de hectolitros. As condições atmosféricas estáveis permitiram que a produção não sofresse uma maior queda.