O Governo decidiu alterar as regras sobre a realização de feiras e mercados de levante, permitindo que estes eventos aconteçam. A medida estava a ser muito contestada pelo setor, que acusava de ser “injusta e discriminatória”.
A decisão de proibir a realização de feiras e mercados de levante constava no comunicado do Conselho de Ministros enviado este sábado (31 de outubro) e aplicava-se nos 121 concelhos considerados de alto risco de transmissibilidade de covid-19.
Entretanto, o Governo alterou o documento, proibindo a realização “de feiras e mercados de levante, salvo autorização emitida pelo presidente da câmara municipal, caso estejam verificadas as condições de segurança e o cumprimento das orientações definidas pela DGS”.
Esta decisão vem contra tudo aquilo que Graça Freitas tinha dito horas antes. Na habitual conferência de imprensa, a diretora-geral de Saúde defendeu a proibição de feiras e mercados, argumentando que o comércio tradicional “é estável, é fixo, não é móvel” e “dá alguma garantia de que as regras se cumprem”.
Ainda assim, segundo o Presidente da República, a correção feita pelo Governo “é certa”. Em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu não se perceber “porque é que os hipermercados, os supermercados e as grandes superfícies podem [estar abertos] e as feiras e mercados não podem”, admitindo que tem havido “zigue zagues”, na aplicação de medidas de combate à pandemia.