José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura e Pescas, afirmou que o Governo está focado em fomentar a produção nacional de azeite e em impulsionar a diversificação da comercialização a mais e novos mercados. As declarações foram feitas durante a 7.ª edição do Congresso Nacional do Azeite, levada a cabo pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL).
Referindo que Portugal é autossuficiente na produção de azeite, o Ministro considerou este facto muito relevante no contexto da meta de redução do défice agroalimentar nacional. José Manuel Fernandes afiançou ainda que Portugal tem muitos recursos que lhe permitirão acelerar o desenvolvimento rural.
Ainda durante o Congresso, o Ministro da Agricultura e Pescas revelou também que o Governo irá em breve anunciar um plano para o armazenamento e abastecimento eficiente de água, uma medida decisiva para o setor que se tem vindo a debater nos últimos anos com situações de seca e seca extrema no país.
Sublinhando os desafios que o setor tem para vencer, o responsável da pasta da Agricultura e Pescas prometeu que o Governo irá desburocratizar e simplificar a atividade agrícola (por exemplo, com o pagamento contra fatura e a simplificação dos licenciamentos), e revelou que já esta semana irá ser publicada uma portaria no âmbito da qual os agricultores com terrenos inferiores a 10 hectares deixarão de estar sujeitos a sanções e regras de condicionalidade.
O Ministro garantiu igualmente o apoio do seu Ministério à ação das organizações interprofissionais no contexto da internacionalização e destacou que é preciso aproveitar e valorizar a riqueza da diversidade do território nacional e da mais-valia oferecida pela ruralidade.
Já Gonçalo Morais Tristão, Presidente do CEPAAL, revelou durante o evento que apesar do exponencial aumento do preço do azeite ao longo de 2023, o consumo registou apenas uma quebra de 11% no mercado nacional. Resultados que, segundo o responsável, atestam a resiliência do consumidor nacional quanto a esta matéria-prima.
O presidente da CEPAAL sublinhou ainda a importância do setor olivícola para a economia nacional, com a produção a quintuplicar desde o ano 2000 e as exportações a aumentarem 12 vezes, ultrapassando a fasquia histórica dos 1.000 milhões de euros em 2023.
Relativamente ao património olivícola, Gonçalo Morais Tristão apelou ao governo para que reduza os obstáculos à atividade e ajude a impulsionar uma cultura de excelência do azeite nacional, apelando ainda a que o Governo desbloqueie o papel da Associação Interprofissional da Fileira Oleícola (AIFO), de modo que este organismo possa obter os financiamentos necessários para impulsionar e acelerar a valorização e a promoção do azeite nacional no mundo.
O evento trata-se de um fórum nacional de debate e esclarecimento, sendo um ponto de encontro para os profissionais da área, assim como uma fonte de partilha de conhecimento, e divulgação de informação, sobretudo técnica. Contou com a presença de mais de 200 profissionais do setor e mais de 20 oradores e especialistas em torno do debate de 3 grandes temas: Olivoturismo/Oleoturismo, uma realidade?; o Preço do Azeite: Mitos e Tabus; e as Alterações Climáticas, o futuro hoje.