A lei da caça pode ser revista pelo Executivo português, depois da matança de animais na Herdade da Torre Bela, na Azambuja. Uma das alterações previstas “é a proibição dos chamados cercões”, uma forma de caça grossa, avança a rádio Renascença. Já está marcada uma reunião no dia 22 para ouvir o setor.
Outra das medidas que o Governo quer adotar é que para a realização de montarias seja obrigatório avisar previamente o Instituto de Conservação da Natureza. A medida já foi obrigatória e o executivo quer colocá-la de novo em vigor.
A ideia é criticada pela Federação Portuguesa de Caça (Fencaça). O presidente da maior federação de caça portuguesa, Jacinto Amaro, afirma, à Renascença, que “nesta altura do ano é normal acontecerem em Portugal entre 400 a 500 montarias, por fim de semana. E o Governo manifestamente não tem capacidade para dar resposta a novas obrigações, pois já nem as atuais consegue cumprir”, diz.
O Governo está convencido que o que aconteceu na Azambuja não é um caso isolado. João Catarino, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, garantiu, num programa da Renascença, que “rapidamente haverá notícias das investigações em curso”. E admite “estar convencido” de que a matança ocorrida na Azambuja “não é caso único”.
No entanto, o presidente da Fencaça considera que o que aconteceu na Herdade da Torre Bela “é um caso isolado que não reflete o que se passa no mundo da caça, pacificado há mais de 20 anos” e que “só pode ser explicado pelo facto de o proprietário querer instalar na herdade uma estação fotovoltaica e precisar por isso de se desfazer de animais” . Jacinto Amaro explica que “ficou chocado apenas pelo número de animais abatidos”.
O Ministério Público abriu um inquérito-crime e o Instituto para a Conservação da Natureza, além de suspender a licença de caça, abriu também um processo de averiguações.