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Estudo explica ligação entre inverno quente e menor rendimento das colheitas

Estudo explica ligação entre inverno quente e menor rendimento das colheitas

O John Innes Centre, centro de pesquisa no Reino Unido, descobriu a explicação para as temperaturas quentes nos dias que antecedem ao inverno levarem à diminuição do rendimento de algumas colheitas.

Segundo explicado em comunicado, através de experiências que utilizaram parcelas de terreno com temperatura controlada, os investigadores estabeleceram que o arrefecimento da temperatura é importante no final de novembro/início de dezembro porque promove o crescimento durante o desenvolvimento floral precoce da colheita.

 

As plantas de colza podem atravessar uma fase de desenvolvimento conhecida como dormência do botão da flor, se a temperatura do inverno for demasiado quente. Este processo fisiológico ocorre à medida que os botões microscópicos e recém-formados estão inativos à espera de que as baixas temperaturas sinalizem o crescimento e é bem compreendido em plantas perenes que crescem ano após ano.No entanto, não se sabia da sua existência em colheitas anuais.

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As plantas de colza que foram refrigeradas nesta fase chave do desenvolvimento desenvolveram-se mais rapidamente e tiveram maior rendimento, produzindo mais sementes por vagem. Inversamente, as plantas cultivadas em condições mais quentes cresceram lentamente e tiveram menor rendimento.

Estudos anteriores já tinham demonstrado uma forte correlação entre as temperaturas no final de novembro e início de dezembro e o rendimento de colheitas como a colza. As diferenças de condições durante esta janela meteorológica representam uma variação de até 25% do rendimento total.

 

“Queremos compreender o efeito das alterações climáticas nos rendimentos das colheitas do Reino Unido. Para prever estes efeitos e responder-lhes temos de compreender como as condições climáticas variadas afetam o rendimento. E foi isso que fizemos aqui neste estudo – provando experimentalmente o que vimos anteriormente em estudos correlacionados”, explica o primeiro autor do estudo, Carmel O’Neil.

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