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Pecuária

Agricultores nova-zelandeses contra imposto sobre emissões da pecuária

Agricultores nova-zelandeses contra imposto sobre emissões da pecuária

A Nova-Zelândia anunciou no início do mês de outubro que iria criar um imposto sobre as emissões de gases com efeito de estufa da pecuária. Os agricultores estão contra a medida, tendo o grupo de defesa da agricultura Groundswell New Zealand promovido mais de 50 protestos, noticia a agência Lusa.

Na Nova Zelândia, quase metade das emissões provêm do setor agrícola, principalmente dos 26 milhões de ovelhas e dez milhões de vacas. Alguns agricultores argumentam que o imposto vai aumentar as emissões globais de GEE, uma vez que pode levar à transferência da atividade agrícola e agropecuária para países menos eficientes na produção de alimentos.

 

“O compromisso ideológico do governo com impostos punitivos e contraproducentes sobre as emissões da produção agrícola ameaça a existência das comunidades rurais”, disse o representante da Groundswell New Zealand, Bryan McKenzie.

Por sua vez, alguns ambientalistas consideram que os agricultores da Nova Zelândia estão a ser apanhados num fogo cruzado. “O setor rural e agrícola do país foi duramente atingido, este ano, por inundações, tempestades intensas e secas”, disse Emily Bailey, da organização Climate Justice Taranaki.

 

“A situação só está a piorar. Os agricultores podem adaptar-se e reduzir rapidamente as emissões ou sofrer mais, como todo o mundo”, lamentou a ativista.

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O que já se sabe sobre o imposto

 

A proposta está em consulta com os agricultores até 18 de novembro. No entanto, não apresenta uma estimativa de receitas do imposto, a cobrar a partir de 2025, nem define o preço das emissões ou como serão medidas.

A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, disse que todo o dinheiro angariado com o imposto será devolvido à indústria através do financiamento de novas tecnologias, investigação e incentivos aos agricultores.

 

A proposta, também promovida pela aliança He Waka Eke Noa de associações do setor primário, inclui incentivos aos agricultores para reduzir as emissões, que também podem ser compensadas com a plantação de florestas.

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