A AlgarOrange, associação portuguesa de operadores de citrinos, estima que a produção de citrinos aumentou entre 15 e 20% este ano no Argarve. Apesar disso, o presidente da associação, José Oliveira, recusa afirmar que a campanha foi boa, nota a agência Lusa.
“Não podemos dizer que a campanha que está a acabar tenha sido uma boa campanha”, referiu José Oliveira. Na sua perspetiva, apesar de esta campanha não ter sido muito afetada pela escassez de água, as próximas poderão vir a ser, caso continue a chover pouco.
Apesar do aumento da produção “em relação a um ano normal”, esse aumento “não foi acompanhado por um aumento no valor do produto”, declara.

Segundo o dirigente, a subida “generalizada” do custo dos fatores de produção foi o principal responsável pelo fraco crescimento da rentabilidade no setor. Paralelamente, a falta de água refletiu-se sobretudo no calibre mais baixo dos citrinos.
Outro problema detetado é a diminuição da procura, o que provocou uma descida dos preços e um desvio da produção do consumo das famílias para a indústria, que paga preços “muito mais baixos”.
“Temos de aumentar a capacidade de reter mais água quando chove”, defendeu José Oliveira, sugerindo a necessidade de construção de uma barragem ou de açudes na serra algarvia.