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Opinião

Decisões precisam-se!

Decisões precisam-se!

No rescaldo da tomada de posse do novo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, urge saber o que será possível fazer no imediato para recuperar a confiança do setor. Com a certeza de que não vale a pena repisar no passado, a hora é de seguir em frente e tentar aprender com os erros e, sobretudo, com as omissões. É preciso colocar ordem na casa e preparar o país agrícola para dar passos firmes rumo à consolidação de uma agricultura rentável, resiliente e sustentável. E o tema água tem aqui um papel fundamental, sem o qual nada acontecerá.
Portugal tem uma vantagem óbvia: tem empresários agrícolas capazes. Ou seja, existe competência técnica, existe conhecimento, existe ambição, existe capacidade de atração de investimento. Mas tem também, dentro das suas limitações de solos tendencialmente pobres e de fracos recursos hídricos numa grande parte do país, um potencial gigante de explorar culturas de alto valor acrescentado nessas mesmas áreas, de que são exemplo o crescimento dos frutos vermelhos e subtropicais nos últimos anos.

“Com a certeza de que não vale a pena repisar no passado, a hora é de seguir em frente e tentar aprender com os erros e, sobretudo, com as omissões. É preciso colocar ordem na casa e preparar o país agrícola para dar passos firmes rumo à consolidação de uma agricultura rentável, resiliente e sustentável.”

Mas o país precisa de ações importantes para que toda esta dinâmica não se perca e se possam continuar a agarrar oportunidades valiosas para a economia e para a sustentabilidade dos territórios rurais. Sim, para colocar em marcha um plano de regadio nacional que saia rapidamente do papel para o terreno, é preciso parar de “empurrar com a barriga” decisões que já há muito deviam ter sido tomadas. Ao ouvirmos os principais especialistas em hidráulica no país ficamos com a certeza que é possível pensar e executar o armazenamento e gestão dos recursos hídricos de forma inteligente, se soubermos aproveitar o trabalho já feito em estudos prévios e, sobretudo, se quisermos colocar as fichas na resolução de um problema que se eterniza.
O ano tem sido generoso em chuva. Mais do que respirar de alívio, este é precisamente o momento certo para perceber que armazenar é crucial para os anos de seca que se seguirão, cada vez mais frequentes e severos. É num ano como este que ficamos a saber que é possível encher barragens mas também, com os investimentos certos, salvar milhões de metros cúbicos de água que estão a ir diretamente para o mar, quando poderiam alimentar albufeiras deficitárias no sul do país.
Decisões precisam-se, e com urgência!

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