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Opinião: Plantar as Sementes para uma Colheita High-Tech

Opinião: Plantar as Sementes para uma Colheita High-Tech

A Humanidade tem de encontrar novas formas de aumentar a sua produção agrícola para ir ao encontro das exigências crescentes da sociedade.

Atualmente na sua infância, a agricultura assistida por TI tem um papel importante a desempenhar e os pioneiros vão beneficiar de ganhos imediatos, afirma o Dr. Joseph Reger, Chief Technology Officer da Fujitsu Technology Solutions.

A Humanidade poderá ficar em apuros se colocar obstáculos à utilização de tecnologias que possibilitem a agricultura inteligente do futuro. O crescimento continuado da população mundial e a dependência crescente da agricultura para fornecer substitutos aos combustíveis fósseis fazem com que não haja outra opção a não ser adotar a agricultura high-tech.

 

Os recursos globais existentes já estão sob pressão – e está a tornar-se cada vez mais evidente que os métodos agrícolas low-tech dos dias de hoje não são bons o suficiente para o futuro: temos de encontrar melhoramentos que garantam colheitas suficientemente abundantes para fazer face a uma procura cada vez maior.

Carências e falhas nas colheitas terão um impacto cada vez mais global – e podem ser mais facilmente evitadas se, desde o início, adotarmos a agricultura assistida por tecnologia para ajudar a determinar fatores críticos, como a melhor altura para semear e o momento ideal para colher. Haverá ainda a vantagem adicional de sistemas de alerta precoce melhorados, capazes de detetar os fatores que podem levar ao fracasso das colheitas.

 

É óbvio que o setor das novas tecnologias não prestou atenção suficiente à agricultura. E isso é algo que não se resolve de um dia para o outro. A aplicação de tecnologia para alcançar ganhos tangíveis na agricultura requer, antes de mais, a recolha e o processamento de enormes quantidades de dados – para, então sim, fornecer sugestões com vista à otimização.

No entanto, é essencial darmos o pontapé de saída. Para permitir a inovação, precisamos de infraestruturas TI muito flexíveis, em que, idealmente, não seja necessário um investimento precoce: ambientes em que os projetos possam correr rapidamente, em que a capacidade esteja disponível on-demand – o que implica cloud computing.

 

A grande vantagem de recorrer à cloud computing para melhorar a agricultura é que a infraestrutura já existe. Especialistas em agricultura podem executar projetos agrícolas assistidos por TI sem precisarem de se tornar primeiro especialistas em tecnologia.

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No Japão, a Fujitsu já está a implementar tecnologia nos arrozais para determinar a altura ótima para a colheita do arroz. Isto responde à questão de ‘como é que as minhas atividades agrícolas aumentam o rendimento ou se tornam mais eficientes’.

 

A Fujitsu está também a interessar-se por um projeto na Alemanha que procura melhorar o vinho Spätlese (colheita tardia) – neste caso, o objetivo não é aumentar a colheita, mas aprimorar a sua qualidade. Aqui, a tecnologia também pode ter um papel a desempenhar.

À medida que a agricultura se torna high-tech, a revolução tecnológica agrícola não exige que os agricultores pousem as enxadas e agarrem no rato. Ao invés, prevemos o crescimento de grupos de projeto especializados, com competências em disciplinas agrícolas e temas associados, como os ecossistemas. A capacidade de armazenamento e de servidor é simplesmente adquirida como serviço cloud para a duração do projeto – e depois libertada.

Alguém se espanta por o uso direcionado de tecnologia poder fazer uma enorme diferença na agricultura? Certamente que não. Isso acontece porque, atualmente, a penetração das TI neste setor é bastante fraca – o que faz com que seja muito mais fácil ter impacto. Os pioneiros da agricultura inteligente irão beneficiar de grandes ganhos.

 

Foto: Um agricultor ara um campo usando um sensor GPS sem fios no pulso. O trator também tem um sensor sem fios anexado à parte traseira do banco.