A Cooperativa Agrícola de Coimbra apelou à Ministra da Agricultura para que mantenha a promessa de iniciar pagamentos ligados ao milho em 2022. Em comunicado, os Agricultores do Vale do Mondego afirmam estar “indignados com a reviravolta da decisão do Ministério da Agricultura sobre pagamentos ligados ao milho, no âmbito das ajudas da PAC”, apelando ao envolvimento dos presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra, Montemor-o-Velho e Soure.
“Não podemos deixar de realçar que ao que fomos informados, esta medida foi aprovada pela Comissão Europeia, há cerca de 15 dias, após um longo período de negociações, pelo que a nossa perplexidade quanto à sua reversão é assim ainda maior”, consideram.
Os agricultores lembram que “esta região foi particularmente afetada pelas inundações de 2016, os incêndios de 2017, o Leslie em 2018 e as cheias do final de 2019, que tornaram a agricultura nesta zona extremamente difícil.
Aliado a isso, “a convergência adotada na última reforma da PAC, que se iniciou em 2013, traduziu-se numa quebra de ajudas ao rendimento dos produtores de milho na ordem dos 30%, ao longo dos últimos 7 anos”, explicam.
O apelo surge no seguimento da denúncia quer pela CAP, quer como pela ANPROMIS e pela ANPOC, da mudança de posição do Ministério da Agricultura face aos pagamentos ligados a este setor.
O Vale do Mondego é caracterizado por uma estrutura fundiária de pequena dimensão, envolvendo cerca de 1.500 agricultores, que possuem explorações com uma área média a rondar os cinco hectares.