A ANIPLA – Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas reforçou a urgência de que, qualquer diretiva ou regulamento seja baseado em inovação e tecnologia, de forma a impulsionar um diálogo saudável sobre a agricultura nacional e europeia, referiu a Associação em comunicado.
A comunicação vem no seguimento da decisão da Comissão Europeia (CE) em retirar a proposta do Regulamento do Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos (RUS), nesse sentido, a ANIPLA manifestou o seu apoio para com o setor e profissionais agrícolas, “neste caminho de transição para práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes”, informa em comunicado.
A ANIPLA defendeu que o Regulamento “representava uma oportunidade para disponibilizar novas e importantes ferramentas aos profissionais do setor”, adiantando que sempre apoiou os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e se mantém comprometida nesse sentido.
“É importante não repetir os erros de negociação desta proposta, agora retirada, nomeadamente o não envolvimento de todos os parceiros do setor nas negociações, bem como a ausência de um real e abrangente estudo de impacto das medidas propostas, a nível europeu”, sublinha a Associação.
Neste sentido, o último estudo da ANIPLA, que considerou a retirada do mercado de cerca de 80 substâncias ativas no contexto das cinco culturas mais representativas da agricultura portuguesa – mostrou conclusões “preocupantes”, que “não deixaram margem para dúvidas”: um impacto de cerca de 330 milhões de euros nas receitas anuais, “que refletem a cada vez maior falta de soluções de proteção das culturas a que os nossos agricultores têm acesso”.
De acordo com a ANIPLA e segundo relatos dos agricultores e as campanhas agrícolas recentes, têm-se registado “um aumento preocupante da pressão de pragas, doenças e infestantes (quer novas, quer já existentes) desafiando, cada vez mais, os produtores nacionais e europeus, a terem disponíveis meios de controlo destes agentes”.
“Apelamos a que a UE olhe para as especificidades da agricultura neste território, e que na próxima legislatura, aborde este tema de modo a criar um enquadramento regulamentar que permita a disponibilização de novas tecnologias, novos produtos de proteção das culturas e de ferramentas de biotecnologia, que contribuam para o aumento da competitividade dos nossos agricultores. Acima de tudo, um regulamento que permita uma verdadeira adaptação às alterações climáticas e que fomente a coesão territorial”, referiu João Cardoso, Diretor Executivo da ANIPLA.
A Associação salienta ainda os avanços alcançados na última década em função do desígnio da Diretiva do Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos, ao mesmo tempo, reforça o seu empenhado “em promover um uso seguro e sustentável dos produtos fitofarmacêuticos”.