A Associação dos Agricultores do Baixo Alentejo (AABA) apelou ao Estado para fiscalizar e regular as actividades económicas, com intuito de garantir a “transparência na formação do preço de alguns bens essenciais”. A associação afirma, em comunicado, que “não é admissível que um papo-seco custe aproximadamente o mesmo que um quilo de trigo”.
A AABA sustenta que, quando os cereais atingiram máximos históricos de cotações em Março de 2008, “houve quem se servisse desse movimento especulativo de mercado para aumentar os preços dos bens essenciais e dos factores de produção a eles associados”. No entanto, continua, “a realidade do momento é que a cotação dos cereais e de outras comodities agrícolas se encontra a metade dos valores alcançados durante o Inverno de 2008″.
O aumento dos factores de produção está também a ter efeitos em algumas culturas do Alentejo. Em Setembro, a Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS) revelou que, na campanha de 2007-2008, cada hectare cultivado com trigo através de sementeira directa custou 542,50 euros, sendo necessária uma colheita de perto de três mil quilos para cobrir as despesas. A ACOS advertiu ainda que, face a esses valores, os cereais começam a ser “uma cultura inviável” na região.