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Candidaturas aos apoios para recuperar estufas abrem em março

Candidaturas aos apoios para recuperar estufas abrem em março

Os agricultores afetados pelo temporal de janeiro vão poder candidatar-se já no próximo mês de março a um apoio de 75% a fundo perdido, ao abrigo da medida do Proder ‘Reposição do Potencial Produtivo’. 

O ministério da agricultura está a finalizar o despacho que permite esse acesso, e já fez as contas aos prejuízos: foram afetados cerca de 900 hectares de culturas agrícolas, tendo sido atingidas 1130 explorações, que representam prejuízos que ascendem aos 31 milhões de euros.

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais afetada, com cerca de 450 hectares, ao contrário do que se pensava inicialmente (quando tudo apontava para que a região norte tivesse sido a mais prejudicada pela intempérie).

 

Em entrevista à Antena 1, José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura, referiu que as explorações com estufas foram as mais afetadas, mesmo as que tinham “estruturas muito resistentes e de boa qualidade, que acabaram por não resistir a ventos superiores a 100km/hora”.

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O governante indicou ainda que para além da abertura da medida do Proder, vai avançar uma linha de crédito específica para este temporal, ao abrigo do acordo que o ministério estabeleceu no final de 2012 com um grupo de oito bancos. Esta linha destina-se a financiar os produtores que não tenham recursos para avançar com os investimentos necessários à recuperação dos estragos, uma vez que os apoios do Proder serão pagos à posteriori, contra entrega de fatura e, tendo em conta os tempos normais de aprovação de candidaturas e pagamentos, só devem chegar ao bolso dos agricultores em meados de junho.

 

O presidente da Confederação Nacional de Agricultura, João Dinis, já veio criticar os números apresentados pelo Governo em relação aos prejuízos, que diz serem superiores a 35 milhões de euros, e reitera ainda que a ajuda disponibilizada não é suficiente: “O Ministério da Agricultura continua a falar em milhões quando não há nada disso. Aquilo que estará disponível para os agricultores que se candidatem, e vamos a ver se chega para todos, é uma medida do PRODER, em que os agricultores vão ter que arranjar o seu autofinanciamento de, pelo menos, 25 % de toda a despesa de investimento que vierem a fazer. Se quiserem, os agricultores têm que ir à banca”, refere o presidente do CNA.