A CAP (Confederação da Agricultura Portuguesa) apoia a contestação dos produtores de vinho do Porto à decisão do IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto) quanto à fixação do ‘benefício’ para esta colheita em 85.000 pipas e propõe o fecho da região à entrada de novas licenças, uma ideia também defendida pelo novo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo.
O IVDP anunciou este número “numa tentativa exagerada de corrigir o erro cometido no ano passado, quando definiu o ‘benefício’ em 110 mil pipas. Trata-se de uma decisão particularmente grave e de uma dupla penalização para os viticultores durienses, tendo em conta que, para além da baixa de preços provocada pela anterior opção das 110 mil pipas, os produtores lutam contra dificuldades impostas por intempéries e doenças das vinhas que se estimam numa quebra de produção na ordem dos 25%”, defende a confederação em comunicado.
A CAP considera que o IVDP está desta forma a impor aos produtores “uma quebra de rendimento injustificável e insustentável, colocando inclusivamente em risco a sustentabilidade económica das explorações e penalizando excessivamente a produção relativamente ao comércio do vinho do Porto. Neste momento, os produtores estão a vender ao mesmo preço de há 10 anos e os seus rendimentos individuais estão a decrescer acentuadamente, tendo em conta o anterior aumento da área total de vinha com ‘benefício’.
Para além propõe o fecho da região do Douro à entrada de novas licenças de plantação, a CAP sugere ainda a proibição de transferência de licenças de vinhas relativas a ‘letras’ sem ‘benefício’ para zonas com ‘benefício’.