Quantcast
 

Cereais em alta pelo menos até 2009

A alta dos preços dos cereais deverá manter-se pelo menos até 2009, segundo especialistas do sector.

A alta dos preços dos cereais deverá manter-se pelo menos até 2009, segundo especialistas do sector.

O trigo deverá atingir o seu pico de valorização potencial em Março de 2009, enquanto a previsão para o milho aponta para que, em meados de 2009, alcance a sua valorização máxima, revela o Deutsche Bank, pelo que a pressão sobre os preços se vai manter nos próximos dois anos.

O trigo tem sido a grande atracção da subida dos preços dos cereais e desde Setembro do ano passado já bateu 16 máximos. A 11 de Fevereiro atingiu um recorde em Chicago, chegando aos 11,53 dólares por alqueire, enquanto na Europa, embora tenha subido menos, continua a um nível elevado e, no mercado de futuros, desde o início do ano, já subiu 11,65%, em Paris, para os 273,25 euros por tonelada.

A subida acentuada dos preços do trigo nos últimos anos não se deve à procura mundial de biocombustíveis, mas a condições climáticas adversas, políticas agrícolas de regulação e à redução dos stocks.

Os analistas falam do forte crescimento mundial dos preços do trigo, iniciado no princípio da década, e que se acentuou nos últimos dois anos, justificando esta subida com a procura de biocombustíveis.

No entanto, entre os preços dos cereais que mais subiram (em dólares) o trigo está no ‘top’, tendo triplicado o seu preço desde o início de 2000, segundo números da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

Para o analista e professor do Instituto Superior de Agronomia (ISA), Francisco Avillez, o crescimento dos preços do trigo para níveis acentuados tem a ver com factores conjunturais, destacando-se a alteração da orientação das políticas agrícolas, que deixou de ter uma intervenção “muito activa” na regulação dos mercados de cereais, o que conduziu à redução dos ‘stocks’ de trigo, bem como às secas verificadas nos países produtores (Austrália, Ucrânia, Canadá e Europa).

Além disso, este especialista aponta para factores estruturais que têm impulsionado os preços, como a substituição na China e Índia do modelo tradicional de alimentação por um modelo mais ocidentalizado (baseado no consumo proteínas animais – leite, produtos lácteos e carne – que são altamente consumidoras

banner APP