A Comissão Europeia aprovou esta semana, em Bruxelas, um pacote de medidas excecionais de apoio aos agricultores europeus. Mas de acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as medidas agora divulgadas “nem paliativos chegam a ser”, sendo até “contrárias ao interesse nacional”.
No mesmo dia, realizou-se uma manifestação de produtores nacionais em Matosinhos, que reclamaram por “medidas capazes de salvar a produção nacional de leite e carne.” “Duas das principais propostas e reclamações dos agricultores e das organizações promotoras da manifestação – CNA, APPLC, APROLEP e FENALAC – centravam-se, uma delas, na reposição de um sistema público de controlo da Produção e do Mercado, tipo quotas leiteiras”, e outra na “regulação, por força de lei, da atividade especulativa, e até ilegal, dos Hipermercados que arrasam os preços e a produção nacional de leite e carne”, segundo a CNA.
Sobre as medidas anunciadas pela Comissão Europeia, a CNA sublinha que considera “um erro estratégico admitir ajudas – pagas pelo Orçamento comunitário ou pagas pelo Orçamento nacional – para reduzir a produção nacional. E, isto, apesar de se compreender que os produtores pecuários, individualmente considerados, aceitem essas ajudas dada a situação de desespero em que se encontram – a perder muito dinheiro para produzir – pois está numa média de, apenas, 26 cêntimos o litro de leite à produção, para custos de produção na ordem dos 34 cêntimos o litro.”
Para a CNA, aquilo que Portugal mais precisa “são ajudas para continuar a produzir mais e ainda melhor. Para assim defender a soberania alimentar do nosso país e para se não deitar a perder o enorme esforço, feito anos e anos a fio, em investimentos (públicos e privados) e em especialização produtiva, em especial nestes subsectores do leite e da carne suína.”