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Comunicado CNA: “Pode ser enganoso o aumento estatístico do número de agricultores”

280 novos jovens agricultores por mês

Os recentes números das estatísticas oficiais apontam para uma redução do desemprego em Portugal, notícia “estatística” que deve ser saudada…caso a realidade da vida a confirme, como é óbvio.

Ainda segundo essas estatísticas, boa parte dos que deixaram de estar desempregados ou inactivos estão agora a trabalhar no sector agrícola, outra notícia “estatística” que deverá ser saudada…se assim for de facto.

Embora com alguma cautela, o governo já está a propagandear, a pretexto, os difusos “sinais” da retoma económica, o que também seria bom se a vida o confirmasse sem margem para dúvidas…

 

Naquilo que toca ao significativo aumento estatístico do número de Agricultores -activos (ou ex-desempregados) – uma “radiografia” à situação permite ver:

Há algumas centenas de Jovens Agricultores que se instalaram e que o fizeram porque estavam de facto desempregados e sem outras perspectivas. Muitos deles foram atraídos pela propaganda oficial do “oásis” na Agricultura e pelo “brilho” de algumas das ajudas públicas ( subsídios) à instalação de Jovens Agricultores.

 

Porém, estão agora a ser confrontados com a alta taxa de impostos (IRS) que incide, precisamente, sobre as ajudas que estão a receber – ajudas à primeira instalação e ao investimento — tributáveis em 75% do respectivo valor. Uma brutalidade que pode ser fatal para os Jovens e menos jovens Agricultores que viram aprovados projectos à instalação e ao investimento nas suas Explorações Agrícolas !

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Há alguns milhares de (pequenos e médios) Agricultores que, sentindo-se ameaçados pelas novas imposições fiscais que o governo está a aplicar, se foram colectar às Finanças, deram “início de actividade” e, assim, vieram aumentar o número oficial de “novos” Agricultores mas sem que o sejam de facto.

 

Efectivamente esses mesmos milhares de “novos” Agricultores já trabalhavam ( e muito…) no sector agrícola embora, até este ano de 2013, não influenciassem significativamente as estatísticas oficiais do emprego e do desemprego. Agora, passaram a constar oficialmente na profissão e empolaram os números divulgados nas estatísticas.

Portanto, os milhares de “novos” Agricultores – antes e alegadamente inactivos ou desempregados – correm o risco de desaparecer outra vez das estatísticas oficiais e pior do que tudo, correm o risco de desaparecer como Agricultores.

 

Isso, muito em consequência das más políticas agrícolas e de mercados aplicadas por sucessivos governos e pela União Europeia e, agora, também por causa das más políticas fiscais do actual governo sobre os pequenos e médios Agricultores.