É já esta semana que decorre, na Áustria, mais uma edição do ‘Parlamento Rural Europeu’, iniciativa que reúne representantes da população rural de 40 países europeus como culminar de uma campanha de um ano que pretende reclamar um acordo que garante uma melhoria nas condições de vida destas populações.
De acordo com a Federação Minha Terra, que divulga um comunicado da iniciativa, a campanha, lançada por três redes rurais europeias, pretende “fortalecer a voz das populações rurais, para garantir que os seus interesses são refletidos nas políticas nacionais e europeias, e para promover a entreajuda e a cooperação entre as comunidades rurais.”
Nos dias de ‘Parlamento’(4, 5 e 6 de novembro), com a participação de 250 pessoas de 40 países, irão debater-se os principais temas decorrentes da campanha e definir-se-á um Manifesto Rural Europeu que estabeleça uma agenda das políticas e ações a desenvolver ao longo dos próximos anos.
Em cima da mesa estarão questões como “a preocupação das pessoas em muitas regiões rurais sobre as limitações da economia rural, a falta de bons empregos, a perda de população jovem, a redução de serviços rurais, o sofrimento dos mais velhos, a pobreza e a exclusão social da população desfavorecida e das minorias étnicas”, “o direito das comunidades rurais a uma qualidade de vida e a um padrão de vida igual à das populações urbanas, e o direito à plena participação nos processos políticos” e “uma visão para o futuro das comunidades rurais, inclusivas e sustentáveis, apoiada por economias rurais diversificadas e pela gestão efetiva das paisagens e do património cultural.”
Numa altura em que se prepara a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, “as áreas rurais podem desempenhar um papel importante no combate às alterações climáticas e na sustentabilidade dos recursos ambientais. Mais de 40% das terras da Europa são florestas, que capturam carbono e produzem matérias-primas renováveis. As zonas rurais estão bem posicionadas para atender à crescente procura por energia renovável a partir de fontes eólica, hídrica, solar, térmica e biomassa”, defende o Parlamento Rural Europeu.
Regina Lopes, Presidente da Federação Minha Terra, representante da iniciativa em Portugal, refere que “estamos muito satisfeitos por participar neste exercício pan-Europeu porque é muito importante que as comunidades rurais sejam ouvidas na definição das políticas e soluções para os seus territórios. Os habitantes dos territórios rurais e as organizações que os representam têm de ser considerados parceiros na construção dessas soluções, pois são quem melhor conhece a realidade e quem melhor pode participar na implementação local das medidas e ações. A nossa delegação irá levar ao Parlamento Rural Europeu as conclusões do processo de consulta promovido pelas Associações de Desenvolvimento Local portuguesas, contribuindo para reunir boas ideias de toda a Europa sobre como promover os interesses das populações rurais”.