Uma das razões diz respeito às apresentações científicas, cujo nível foi “extremamente elevado”. Por outro lado, “apresentamos ainda diversas inovações, nomeadamente as mesas redondas onde pusemos em confronto professores, médicos veterinários, produtores, etc.”, relata o responsável.
Uma dessas mesas redondas foi subordinada ao tema ‘Farmers demands on veterinarians for the near future and veterinary response’, onde se chegou à conclusão de que “os médicos veterinários pensam que os produtores querem consultoria grátis, mas é o médico veterinário que acaba por oferecer consultoria ao produtor”. Por fim, a maioria da audiência pronunciou-se a favor quando confrontada com a questão de que o valor dos atos veterinários ou consultoria não devia ser ‘incluído’ no preço dos medicamentos.
Explorações em dificuldades
Durante o evento, outros temas mereceram destaque. Cannas da Silva apontou a sustentabilidade da reprodução, a segurança alimentar, assim como as questões de maneio e de gestão das explorações. O chairman salientou ainda que, em Portugal, “as explorações estão a passar por dificuldades enormes” e neste contexto o médico veterinário é prejudicado porque “o produtor tem menos dinheiro para pagar pelos seus serviços”. Daí que, numa realidade onde “há muitas explorações que correm o risco de fechar”, as perspetivas “a médio e longo prazo não são muito satisfatórias”.
Cannas da Silva mostrou-se ainda preocupado com o futuro do gado bovino na Europa, sublinhando que o futuro desta espécie está nos países emergentes da América do Sul, que estão a crescer a grande velocidade. A Europa “está doente”, com a PAC “a ser paga para não produzir e a tornar-nos dependentes de países terceiros, pelo que o futuro é muito incerto e nada seguro se não mudarem as políticas”.