Seja através da carne ou de produtos feitos com a sua pele. O objectivo é promover o consumo de avestruz em Portugal. O projecto é da Embaixada da África do Sul em parceria com a Câmara de Comércio da Avestruz e pretende recuperar um hábito de consumo que já existiu em Portugal, mas que decaiu devido à gripe da avestruz.
Como bandeira têm o facto de a avestruz ser considerada a carne vermelha mais saudável, com um sabor diferente da carne tradicionalmente consumida no nosso País. Mas, também, os artigos de luxo e exóticos que são fabricados com a sua pele. Sejam malas, sapatos ou outros acessórios.
Nesta fase inicial estão a apresentar os produtos. Primeiro, restaurantes e hotéis. Depois, a grande distribuição. O primeiro secretário da Embaixada reconhece que “nunca vai ser um grande mercado”, mas que a forma como se implanta no nosso País estará sempre condicionada à resposta dos operadores. O que pode influenciar o ser considerado um produto de “luxo” ou não. “Depende sempre da quantidade importada. Se for elevada, o preço baixa”, realça Rondee Sherman. E evidencia ainda: “também é possível jogar com a moeda sul-africana, o rand, porque está em baixa face ao euro, por isso, com o mesmo dinheiro, é possível comprar mais”.
Por agora, estão a realizar reuniões com responsáveis na área da hotelaria, restauração e distribuição, para apresentar os produtos e perceber o interesse.
O responsável lembra que o mesmo caminho já foi trilhado no sector dos hortofrutícolas. “Tivemos essa experiência nessa área e agora já é possível encontrar fruta, por exemplo, nos supermercados nacionais”. Um trabalho que, diz Rondee Sherman, não deve ser unilateral: há um investimento de promoção dos produtos portugueses que deveria ser feito na África do Sul.
Vender no Inverno
Se em Portugal a apresentação dos produtos de avestruz está agora na fase inicial, noutros países europeus é já um mercado estabelecido. De acordo com a Embaixada da África do Sul, o país exporta anualmente, para a Europa, 4.400 toneladas de carne de avestruz. Os mercados no Norte da Europa são preferenciais. Alemanha, Dinamarca e Suécia apenas alguns dos países. “São locais onde não se caça entre os meses de Novembro a Janeiro e que procuram muito a carne de avestruz nessa altura, porque tem um sabor parecido com essa carne de caça”, explica Rondee Sherman.
Em Bruxelas têm um distribuidor que, assegura o responsável, “pode disponibilizar a carne em uma semana”.
Na África do Sul, a avestruz é criada em espaços abertos e a indústria é obrigada a cumprir um Código de Conduta que garante o menor stress possível para os animais. Os seis matadouros sul-africanos estão aprovados pela União Europeia e são fiscalizados regularmente pelo Serviço Alimentar e Veterinário da Comissão Europeia.