A Corticeira Amorim quer implementar um modelo de produção de sobreiro regado. Em declarações à organização da AgroGlobal, António Amorim, presidente da empresa, defende que este modelo de produção pode revolucionar a oferta de cortiça no país e, por isso, quer ter 50 mil hectares de sobreiros regados por gota-a-gota.
Atualmente, as rolhas de cortiça representam cerca de 70% do valor global de vendas da Corticeira Amorim. “Nós na indústria estamos a desenvolver uma ideia absolutamente inovadora do novo produtor de cortiça, que antecipa o ciclo inicial de produção, dos habituais 25 anos para 8 a 10 anos, com aplicação de rega gota-a-gota nos novos povoamentos, desde a plantação dos sobreiros até à primeira colheita da cortiça”, explica o presidente da Corticeira Amorim.
“Ao final da primeira extração paramos a rega para manter as características da cortiça. É um modelo capaz de revolucionar a oferta de cortiça em Portugal e de dar uma rentabilidade ao produtor florestal que não encontra atualmente no sobreiro. Gostaríamos que nos próximos 10 anos se plantassem 50 000 hectares (7% da área atual de montado) com este sistema. Pensamos que é muito promissor, permitindo produzir mais 30 a 35% de cortiça”, defende ainda.
António Amorim diz, no entanto, que “temos que escolher bem as áreas. Nas áreas marginais dos perímetros de regadio e no interior de cada exploração haverá seguramente zonas específicas onde este modelo pode propiciar resultados muito interessantes. A vantagem do sobreiro é que só precisa de água para a instalação do povoamento.”
“É uma área onde temos investido bastante e com algum sucesso. Faturámos 100 milhões de euros na área dos materiais compósitos, dos quais 18 milhões de euros em produtos desenvolvidos por nós nos últimos 3 anos. Estamos a ultimar a construção de uma fábrica piloto para introduzir novas tecnologias e potenciar um conjunto ainda maior de aplicações e de usos da cortiça”, realça o presidente da Corticeira Amorim.