Os resultados de estudos experimentais de infeção por SARS-CoV-2 sugerem que as aves e os suínos não são suscetíveis de serem infetados e, em termos de avaliação de risco, as investigações epidemiológicas e estudos sugerem que animais vivos ou produtos animais não têm interferência na infeção por SARS-CoV-2 em humanos.
As conclusões foram divulgadas pela DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, com base nas orientações técnicas publicadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha relatado mais de 28 milhões de casos confirmados em seres humanos, incluindo mais de 900 mil mortes, o número de casos em animais de companhia rastreados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) continua a ser ínfimo.
Segundo a informação do folheto disponibilizado pela DGAV, foram reunidos diversos aspetos relevantes sobre o SARS-CoV-2, a epidemiologia e impacto em várias espécies animais, os métodos de diagnóstico e as medidas de prevenção e controlo, designadamente com recomendações específicas para os detentores de animais.
Apesar de a infeção por SARS-CoV-2 não estar incluída na lista de doenças de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal, deve ser notificada à OIE como doença emergente.
Apesar de o conhecimento sobre as manifestações clínicas na doença em animais serem limitados, relembra-se que várias espécies de animais testaram positivo para a presença de SARS-CoV-2, principalmente em consequência de contacto próximo com seres humanos infetados, como ocorreu com alguns animais de companhia e animais selvagens em cativeiro infetados.
“Antes que um diagnóstico provisório de infeção por SARS-CoV-2 seja feito, todas as outras causas de doenças respiratórias ou digestivas devem ser excluídas. A existência de uma ligação epidemiológica com a uma infeção confirmada em humanos ou outros animais deve ser considerada, ao restringir a lista de diagnósticos diferenciais”, refere o documento.
Quanto aos animais de produção, foi apenas identificado um surto em explorações de martas, no início de abril, que apesar de alta morbilidade e apresentou uma baixa mortalidade.
No documento, a DGAV destaca ainda a importância das medidas de biossegurança e higiene para impedir a transmissão do SARS-CoV-2. Em caso de interação com os animais, a instituição, sugere que deverá lavar as mãos antes e depois, deverá disponibilizar os alimentos em recipientes adequados e evitar lambidelas. Além disso, pessoas suspeitas, ou confirmadas, devem restringir o contacto com mamíferos, incluindo animais de estimação. Caso surja alguma suspeita de infeção por SARS-CoV-2 em animais, estes devem ser separados.