O Vinho Leve que só se consegue produzir em terrenos muito pobres e ácidos e em clima de grande proximidade do mar, como é o caso destas duas Regiões. O Vinho Leve dá-se em «Terroir específico e é um vinho caracterizado por ter baixo grau de álcool entre 9 e 10% Vol., e por ter uma acidez alta. É um vinho ideal para muitos tipos de gastronomia desde logo a que envolve o peixe e o marisco desta região tão próxima do mar.
O Vinho leve por ser um vinho com baixo grau alcoólico está especialmente bem adaptado ao modo de vida actual, quer no que concerne à operação de máquinas quer ainda no que se refere ao cuidado com a saúde, o peso, etc.
O Vinho Leve foi criado em por Portaria em 1985 e aberto a todas as Regiões que dele quisessem tirar partido. Como só as Regiões que hoje se chamam Lisboa (antiga Estremadura) e Tejo, (Antigamente Ribatejo) é que o produziram, desde 1993 está consignado a estas duas Regiões apenas.
A região Lisboa tem vários Concelhos que produzem muito Vinho Leve todos os anos e beneficiam justamente deste exclusivo que lhes dá uma oportunidade extra no mercado. O Marketing chama a isto uma USP: Unique Selling Proposition. É muito importante ter estes USP’s do lado da produção.
O IVV tem estado a rever a rotulagem e fez um novo Projecto de Portaria onde se permite que todas as regiões produzam Vinho Leve. Quando lhes explicámos o porquê desta característica entenderam por fim os nossos argumentos (reunião em 5 de Dezembro de 2011) e aceitaram os nossos critérios. E na reunião seguinte (10 de Janeiro de 2012) deram o dito por não dito, e sem aviso, à revelia da agenda dessa reunião voltaram a por o assunto na praça para recolher opiniões eventualmente favoráveis ao que agora pretendem.
A CVR Lisboa não quer que isso aconteça! A produção de vinho leve sempre foi um exclusivo destas 2 regiões e durante quase 20 anos ninguém questionou isso. Por que motivo se quer alterar uma coisa que é boa e funciona bem? Que motivos há? Quem vai beneficiar com esta desgraça que impõem à Região Lisboa e Tejo? Porquê é que não explicaram desde o início o que queriam e estão a tentar violentar os desejos e o sentir de toda uma classe produtora e exportadora?
Para a região de Lisboa são cerca de 5 milhões de garrafas; mas temos todo o desejo e o objectivo de que este negócio cresça pois ele é uma actividade importantíssima para grande parte das adegas da região sobretudo para algumas das Adegas Cooperativas.
Perguntamos, como exemplo, aos Srs Jornalistas, que diriam se amanhã os habitantes de Sintra decidissem fazer Queijo da Serra? Vivem numa Serra… ou se os produtores de vinho decidissem que em vez de “colheita do ano 2000” por exemplo, o seu vinho dissesse “Vintage 2000” que não pode dizer por este termo estar – e bem – protegido, para uso exclusivo do Vinho do Porto
Quando soube que isto ia acontecer, Vasco d’Avillez, presidente da CVR Lisboa reuniu a ANDOVI (que representa todas as Comissões Vitivinícolas Regionais, as CVR’s) no dia 10 Dez 2011, com o IVV (Instituto da Vinha e do Vinho) e concordaram que se manteria assim, um exclusivo da região Lx e região Tejo.
No entanto, em 5 de Janeiro 2012 numa outra reunião para terminar a Portaria para posterior envio à Secretaria de Estado da Agricultura, a Drª Edite Azenha, vice-presidente do IVV voltou a colocar o assunto em cima da mesa, sem que constasse da Agenda e sem qualquer aviso prévio aos interessados.
Desde o dia 10 de Janeiro que a Direcção da CVR Lisboa com o apoio da sua congénere CVR Tejo, está a tentar reunir apoios para que não se concretize esta abertura a todos de algo que é só destas duas Regiões.