A Royal Society concluiu que as culturas geneticamente modificadas devem fazer parte da solução para o desenvolvimento de uma agricultura global mais sustentável.
Estas conclusões fazem parte do relatório “Colher os Benefícios – Ciência e Intensificação Sustentável da Agricultura Global” produzido por uma equipa de especialistas em agricultura, biologia de conservação e biologia vegetal. Este documento, publicado na semana passada, foca essencialmente aspectos técnico-científicos.
Prevê-se que em 2050 a população mundial tenha atingido nove mil milhões de pessoas. Posto isto a Royal Society considera essencial que a produção de alimentos aumente em pelo menos 50%, sem causar danos ao ambiente.
O relatório alerta que os actuais padrões de consumo, os impactos das alterações climáticas e o aumento da escassez de água e de solos viáveis tornam cada vez mais urgente a necessidade de aumento da produtividade agrícola. E que, por isso, os métodos de produção de cereais a utilizar serão fundamentais para a sustentabilidade ambiental, social e económica, principalmente nas zonas rurais dos países em desenvolvimento.
É recomendada a implementação de um programa de investigação em áreas que têm sido negligenciadas nos últimos anos, incluindo a exploração de novos métodos agrícolas para o aumento da produtividade com a minimização simultânea dos impactos ambientais da sua utilização, assim como o desenvolvimento de variedades vegetais melhoradas, tanto através de métodos convencionais como de engenharia genética.
A Royal Society apela à necessidade de inovação, ao aumento da investigação e do ensino na área das ciências agrárias, ao aumento de financiamento público e para a mudança de atitude na direcção da colaboração global, em particular com os agricultores dos países em desenvolvimento.