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Sustentabilidade

Estudo: Menor poluição do ar leva a maior rendimento agrícola

Estudo: Menor poluição do ar leva a maior rendimento agrícola

Um estudo liderado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, revelou o impacto da remoção da poluição do ar no rendimento das colheitas agrícolas. A análise mostrou que os rendimentos poderiam aumentar em cerca de 25% na China e mais de 10% noutras partes do mundo, se as emissões de poluentes diminuíssem para metade.

Em comunicado, a universidade explica que a análise teve por base imagens de satélite que mostraram como os óxidos de azoto impactam a produtividade agrícola. “Os óxidos de azoto são invisíveis para os seres humanos, mas os novos satélites conseguiram mapeá-los com uma precisão incrivelmente elevada. Uma vez que também podemos medir a produção de colheitas a partir do espaço, isso abriu a oportunidade de melhorar rapidamente o nosso conhecimento de como estes gases afetam a agricultura em diferentes regiões”, disse o autor principal do estudo, David Lobell.

 

Os estudos anteriores foram limitados pela falta de sobreposição entre estações de monitorização aérea e zonas agrícolas, e efeitos confusos de diferentes poluentes, entre outros desafios à análise em terra. Para evitar essas limitações, foram combinadas medidas de satélite do nível de verde das colheitas e o nível do dióxido de azoto para 2018-2020.

“Além de ser mais facilmente medido do que outros poluentes, o dióxido de azoto tem a boa característica de ser um poluente primário, o que significa que é emitido diretamente em vez de formado na atmosfera”, disse a coautora do estudo, Jennifer Burney, professora na Universidade da Califórnia, San Diego. “Isto significa que relacionar as emissões com os impactos é muito mais simples do que para outros poluentes.”

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Estudos anteriores de ambos os investigadores estimaram que reduções no ozono, partículas, dióxido de azoto e dióxido de enxofre entre 1999 e 2019 contribuíram para cerca de 20% do aumento dos ganhos de rendimento do milho e soja dos EUA durante esse período – no valor de cerca de 5 mil milhões de dólares por ano.

As análises futuras poderão incorporar outras observações por satélite, incluindo a atividade fotossintética medida através da fluorescência induzida pelo sol, para melhor compreender os efeitos do dióxido de azoto nos diferentes graus de sensibilidade das colheitas ao gás ao longo da época de cultivo.

 

Do mesmo modo, um exame mais detalhado de outros poluentes, como o dióxido de enxofre e o amoníaco, bem como variáveis meteorológicas, como a seca e o calor, poderiam ajudar a explicar por que razão o dióxido de azoto afeta as colheitas de forma diferente em diferentes regiões, anos e épocas do ano.