Os setores ligados à agricultura são muito sensíveis, mas os efeitos da paralisação não estão a ser esmagadores, embora em alguns produtos haja graves complicações. A pera rocha é a maior vítima.
Um documento do Governo, a que a VIDA RURAL teve acesso, dá conta dos efeitos até ao final de setembro. Nele se pode ler que as exportações de pera rocha estão bastante afetadas,
Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, considera que Portugal não se pode fazer «um balanço racional» de todo o verdadeiro impacto da greve, mas estima em cerca de 25 milhões de euros o prejuízo do setor exportador de frutas.
«Calculamos que, desde o início da greve, podemos já ter ultrapassado os 25 milhões de euros de prejuízo neste setor, sem contar com algo extraordinariamente importante que são as consequências por perda de competitividade perante os produtores de outros países concorrentes. Estas são as perdas de uma forma direta» – refere o responsável da Portugal Fresh.
No entanto, a situação pode agravar-se: «as consequências indiretas futuras são a necessidade dos nossos clientes encontrarem outros produtos de outras proveniências e quebrarem os circuitos comerciais com as nossas empresas exportadoras» – diz Manuel Évora.
Pedro Reis, presidente da AICEP, também adianta outras consequências além das dos custos diretos. «Estas greves obrigam a recursos de armazenagem externa, transferência para o porto de Leixões ou Sines ou mesmo Vigo ou Santander, obrigam penalizações financeiras por incumprimento de prazos, pode atingir o abastecimento de matérias-primas e componentes».
Leia a reportagem completa sobre esta situação na edição de novembro da VIDA RURAL.