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Fabricantes de máquinas agrícolas otimistas para 2012

Fabricantes de máquinas agrícolas otimistas para 2012

O segundo dia da 37ª Feira Internacional de Máquinas Agrícolas (FIMA), em Saragoça, foi marcado pela conferência MedWinds organizada pela ANSEMAT (Asociación Nacional de Maquinaria Agropecuaria, Florestal y de Espacios Verdes) e pela Feria de Zaragoza, na qual participaram executivos das principais marcas internacionais de máquinas agrícolas.

Na abertura, Gilles Dryancour, presidente do CEMA (Associação Europeia de Fabricantes de Maquinaria Agrícola) e diretor de relações institucionais da John Deere para a Europa, CEI, África e Médio Oriente, afirmou que, até agora, o impacto da crise financeira e das dívidas europeias no setor da maquinaria agrícola não se está a sentir.

Indicadores fundamentais, como o aumento da população, da produção agrícola e dos preços, provocam a redução dos stocks e criam um clima favorável ao crescimento da procura de máquinas agrícolas, como aconteceu em 2011. “2012 deverá ser outro muito bom ano para o negócio!”, concluiu, depois dos níveis recorde atingidos no ano passado.

 

Uma opinião corroborada por Gerd Wiesendorfer, do Departamento de Análises de Mercado e Estatística de Maquinaria Agrícola da VDMA [associação alemã que representa mais de 3 000 empresas de maquinaria], que se apresentou “muito otimista para 2012”.

Mercado europeu vai crescer em 2012

 

Conforme explicou, “o mercado europeu de máquinas agrícolas cresceu mais do que o esperado em 2011”, registando uma progressão de 17%, sendo que a Alemanha (o maior mercado e que vale cerca de 5 000 milhões de euros) cresceu 29%, seguida da França (o segundo mercado), com um aumento de 27%.

Claro que o comportamento não foi igual em todos os países, com Itália e Espanha a manterem ou mesmo reduzirem o seu mercado [bem como Portugal].

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À margem da conferência e da feira, a VIDA RURAL falou com os responsáveis das principais marcas no mercado português que se mostram pessimistas a curto prazo e moderadamente otimistas a médio prazo, esperando, nomeadamente, que a retoma chegue em 2013, depois de o ano passado ter sido o pior dos últimos 20 anos.

O analista da VDMA frisou ainda a importância do mercado polaco, que já vale cerca de 1 200 milhões de euros, situando-se no sexto ou sétimo lugar (valores provisórios de 2011). Wiesendorfer considera que “o grande potencial de crescimento está Europa Central e de Leste, nomeadamente na Polónia e Roménia”, uma vez que “o Sul da Europa está a ser afetado pela dificuldade de acesso ao crédito, por parte dos distribuidores e clientes”.

 

A produção de máquinas agrícolas deverá aumentar em cerca de 5 a 10%, este ano, segundo a VDMA, embora “as discussões da revisão da PAC possam criar alguma perturbação”.

A conferência terminou com uma mesa redonda em que participaram executivos do CEMA, AGCO (Valtra, Massey Fergussone Fendt), Claas, Kuhn, New Holland e Same Deutz-Fahr, expondo alguns dos problemas que, na sua opinião, afetam a economia agrícola e a mecanização do Mediterrâneo. Assim, indicaram a seca e o problema da água como um “fator importante”, além de algumas questões legislativas que afetam a competitividade.

*a convite da Feria de Zaragoza

Veja a reportagem e entrevistas na edição de abril da VIDA RURAL.