O Governo português considerou “insuficiente” este fundo disponibilizado pela CE como fundo de compensação pelos prejuízos dos agricultores europeus na sequência da crise de segurança alimentar nascida na Alemanha e que já provocou a morte a 24 pessoas.
António Serrano juntou-se à maioria dos 26 representantes europeus na reunião extraordinária no Luxemburgo por causa da E.coli, para recusar a proposta e pedir a respetiva revisão e reforço.
“A Comissão Europeia disponibilizou estes 150 milhões de euros de ajuda aos agricultores, mas estes são claramente insuficientes”, disse António Serrano, citado pelo Diário Económico. “Dissemos isso mesmo nesta reunião e os comissários europeus da Agricultura [Dacian Ciolos] e da Saúde [John Dalli] levaram uma indicação para que a Comissão reforce esta verba que deve, do nosso ponto de vista, ter o valor considerado necessário para apoiar os agricultores pelos prejuízos, e não um montante fixo”, acrescentou o ministro demissionário.
Os agricultores portugueses já somam cinco milhões de euros de prejuízos pela quebra de consumo de hortícolas para salada, na sequência do alarmismo causado pelo surto da bactéria E.coli. Por isso, apelam às entidades europeias para que restabeleçam a confiança nos hortícolas nacionais.
“Mais importante do que uma ajuda compensatória é ouvir uma voz a restabelecer a confiança no consumo dos nossos hortícolas”, disse Manuel Évora, citado pelo Correia da Manhã. O presidente da Portugal Fresh, que representa 23 empresas, frisou que “não há justificação” para esta situação. “Não cometemos qualquer erro, mas estamos a pagar pela irresponsabilidade do governo alemão”. Os prejuízos são “galopantes”, como disse terça-feira o ministro da Agricultura, António Serrano, e poderão chegar aos 20 milhões de euros, já que se aproximam as semanas de maior consumo, com as sardinhadas e os festejos dos santos populares.
“O comissário europeu [da Agricultura] devia fazer um comunicado à população a garantir a qualidade e a segurança alimentar dos nossos hortícolas”, defende Manuel Évora, reconhecendo que a descoberta da origem da contaminação ajudaria à retoma da confiança. “Quando se falou dos rebentos de soja alemães, notou-se logo um aumento de consumo das saladas, que depois voltou a cair.”