Chama-se Leptoglossus occidentalis o inseto semelhante a um grilo que está aniquilar a produção nacional de pinhão. De acordo com a Associação dos Industriais de Miolo de Pinhão (AIMP), a praga chegou a Portugal há cerca de cinco anos e já reduziu a produção de pinhão para menos de metade das 120 mil toneladas de pinhas por ano que eram habituais.
De acordo com o jornal Público, a produção de miolo de pinhão portuguesa já chegou a valer cerca de 160 milhões de euros, mas hoje, a produção de pinhão descascado é menos de metade daquilo que era habitual.
“Antigamente, de 100 quilo de pinhas retirávamos quatro quilos de pinhão e agora, dos mesmos cem quilos de pinhas obtemos somente 1,2 ou 1,3 quilos de miolo”, referiu ao jornal Hélio Cecílio, industrial do sector e presidente da AIMP.
A quebra deve-se ao inseto Leptoglossus occidentalis, que possui um lábio sugador e que injeta um líquido ácido para o interior do pinhão para depois chupar os nutrientes do seu miolo. Os industriais, por sua vez, só sabem que as pinhas estão afetadas quando as abrem na fábrica.
Recentemente foi criado o Centro de Competência do Pinheiro Manso e Pinhão (CCPMP) para avaliar os danos e para ajudar a implementar medidas de controlo da praga e do qual fazem parte o Instituto Nacional e Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Direção Geral de Alimentação Veterinária (DGAV), o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), a União da Floresta Mediterrânica (UNAC), os industriais do setor e o Município de Alcácer do Sal.
Para já, serão quantificados os danos causados pelo inseto e será elaborado um plano de ação nacional de controlo da praga que incluirá ações de sensibilização e informação de proprietários e produtores florestais.