“É quase como se o nosso interior avançasse para o litoral”, disse a presidente da Associação Portuguesa de Demografia, citado pelo Diário de Notícias.
A situação é previsível dada a tendência registada na década entre 2001 e 2011, que registou já zonas de “despovoamento e envelhecimento” da população na faixa costeira, acrescentou a demógrafa, professora da Universidade de Évora.
A desertificação humana fica clara quando se olha para as estatísticas: nos concelhos fronteiriços de Alcoutim, Mértola ou Idanha-a-Nova há uma média de sete habitantes por cada quilómetro quadrado. Na Amadora, em Lisboa ou no Porto a taxa ultrapassa as 5.000 pessoas.
Projeções publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística em 2009 apontam para que, sem emigração nem imigração, a população portuguesa ira descer mais de dois milhões de pessoas nos próximos 50 anos, ficando-se pelos 8,1 milhões de habitantes em 2060.