A Lusosem esteve no passado dia 7 de outubro num workshop do projeto ‘+Lupinus’, onde vários investigadores e empresas partilharam experiências sobre o estudo e utilização do tremoço, numa perspetiva transversal, abordando desde a melhoria genética da espécie, ao seu itinerário cultural, passando pela sua versatilidade como alimento e benefícios comprovados na prevenção de inflamações e do cancro do intestino.
Gonçalo Canha, responsável técnico da Lusosem, apresentou o itinerário técnico para a cultura do tremoço e explicou que “a instalação da cultura deve ser feita em solos não calcários e bem drenados. Na escolha da variedade é importante ter em conta a finalidade a que se destina a produção (calibre, farinha ou blad), a precocidade pretendida, o clima da região e a disponibilidade de água. A data ideal de sementeira varia das regiões do Interior (outubro a novembro) para o Litoral (novembro a dezembro). O uso de semente certificada e inoculada com Rhizobium é fundamental para uma boa produção”, diz a empresa em comunicado.
Sobre a condução da cultura, o técnico da Lusosem salientou a necessidade de realizar um herbicida de pré-emergência e a importância de controlar pragas como a Áltica, bem como estar atento à Antracnose, a principal doença que pode afetar o tremoceiro.
“As variedades selecionadas pelo projeto +Lupinus têm um bom potencial agronómico aliado a um elevado interesse comercial, apresentando-se assim uma cultura com grande interesse em Portugal”, refere a Lusosem.
Para João Neves Martins, investigador do Instituto Superior de Agronomia que há vários anos se dedica à pesquisa do tremoço, “as principais vantagens agronómicas da produção do Lupinus são a eficiência da cultura na produção de proteína; a sua qualidade como fonte de alimento no verão (pastoreio) e adaptabilidade ao programa de culturas continuadas. Por outro lado, o Lupinus quebra os ciclos das doenças e pragas dos cereais, evita a erosão do solo e não necessita fertilização azotada, fixando azoto que fica disponível para a cultura seguinte.”