O líder da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) alerta que este não é o momento certo para mexer no salário mínimo. Em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF, Eduardo Oliveira de Sousa defende que qualquer atualização na remuneração mínima garantida será sinónimo do agravamento do desemprego.
“Temos manifestado ao Governo que neste ano não há condições para retomar a negociação sobre a alteração do valor do salário mínimo nacional. Porque é um padrão que se for alterado agora vai de forma imediata criar desemprego”, sublinha o líder da CAP.
Para Eduardo Oliveira de Sousa, o Governo “tem de se capacitar da gravidade de atirar agora pessoas para o desemprego”. O dirigente da CAP defende que é possível, neste momento, manter emprego com “ajudas às empresas”, no entanto, “isso passa por não haver acréscimo de custos no trabalho”.
“O trabalho é uma fatia muito pesada nos custos de uma empresa, particularmente no setor agrícola que utiliza mão-de-obra intensiva”, alerta Oliveira de Sousa.
O Governo senta-se à mesa com os sindicatos e com os patrões na próxima quarta-feira para discutir a atualização do salário mínimo para 2021. O Executivo já disse que está aberto a um aumento superior a 23,75 euros.
