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Floresta

O papel da floresta na recuperação económica nacional

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O Centro PINUS organizou recentemente um webcast sobre  “O Papel da Floresta na Recuperação Económica Nacional”, com o objetivo de abordar o Papel da Floresta como eixo estratégico na Economia Nacional.

Este webcast contou com a participação de três oradores em cada vertente abordada: João Ferreira do Amaral – Professor e Economista, que falou sobre a floresta como eixo de potencial económico nacional; Francisco Ferreira – Professor e Presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável ZERO, que abordou a vertente ambiental e a gestão sustentável dos recursos florestais; José Pamplona – Escoteiro Chefe Nacional Adjunto da Associação dos Escoteiros de Portugal e Comissário Internacional, que abordou o papel da floresta na recuperação social e emocional.

 

Falta gestão à floresta

Conforme referido por João Ferreira do Amaral, o setor florestal representa 1,5% do PIB e 10% das exportações de mercadorias, sendo que uma grande parte das exportações, cerca de 70%, é valor acrescentado que fica no país. João Ferreira do Amaral apontou a necessidade que persiste de realizar muitas mudanças para melhorar o setor florestal de forma a potenciarmos o mesmo ao máximo na nossa economia.

 

Um setor cheio de potencialidades, onde, como refere, tem faltado a componente imprescindível da Gestão, quer a nível macro (político e face às atividades florestais); quer a nível individual (a gestão dos terrenos) e quer ao nível da gestão agrupada, para que se possa ultrapassar as dificuldades.. Para tal, é necessário incentivar a gestão e torná-la atrativa, através de investimento e de incentivos. Claro que existe risco, mas é necessário assumi-lo. Como conclusão, João Ferreira do Amaral lembra que este é um setor de longo prazo, que precisa de persistência nas atividades e medidas para que aviste um crescimento sustentável.

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Recuperação sustentável

 

Francisco Ferreira destaca o facto de a floresta representar 1/3 do território nacional e aponta aquela que considera uma falha grave na gestão florestal: a existência de uma floresta de monocultura em várias extensões. Contrapõe com a sua visão de uma floresta diversificada, privilegiando as espécies autóctones, como o Pinheiro-bravo, em consonância com outras espécies. Enfatiza ainda que o modelo da floresta está a distanciar-se cada vez mais daquele que deveria ser. Chama a atenção para o valor dos serviços prestados pelos ecossistemas, refere a necessidade de uma economia verde e circular, que não limita a associação do valor económico à extração da madeira, mas que incorpora outros elementos.

No que respeita ao minifúndio e o desafio que representa para uma gestão sustentável e integrada, refere a necessidade de encontrar modelos que permitam ultrapassar os problemas através de uma gestão colaborativa.. Francisco Ferreira exprimiu ainda a preocupação da ZERO relativa à utilização de biomassa florestal na produção de energia sem que seja salvaguardada a sustentabilidade do recurso ou a neutralidade carbónica da atividade.

 

José Pamplona refere que para conseguirmos todos juntos ajudar a recuperar a economia, é preciso trabalhar a nossa mente. Com a pandemia, acaba por ser desafiante sair de casa, resultando em receio, ansiedade e stress acrescidos em todos os momentos do nosso dia a dia, ao longo dos últimos meses. Neste contexto, a floresta pode ser um “escape” muito importante, pois proporciona momentos familiares e individuais mais tranquilos e saudáveis, comparativamente com os centros urbanos.

As florestas surgem assim como palcos de ar livre e onde o distanciamento é possível. Com uma experiência de mais de 100 anos de vivência da floresta, o escotismo tem inúmeros exemplos práticos de como experienciar a floresta num espírito e comportamento de ligação e respeito, com benefícios psicológicos, emocionais e sociais bastante tangíveis. Concluindo, José Pamplona admite que é de facto imprescindível aproveitar a floresta como um espaço de fortalecimento das famílias e do estado emocional das pessoas enquanto indivíduos. Para a construção de uma economia forte é imprescindível indivíduos que estão bem emocionalmente.