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Olival biológico da Beira Interior à espera do novo Governo

Quase quatro anos após ter sido entregue no Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (setembro de 2007) o “Plano Integrado de Fileira para o Olival na Região da Beira Interior”, projeto estruturante para o desenvolvimento do olival biológico na Região da Beira Interior, “continua ignorado nas gavetas do Ministério da Agricultura”.

O alerta vem da Associação de Agricultores para a Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), a promotora do projeto, depois de, no discurso do 10 de junho em Castelo Branco, o Presidente da República ter lembrado que é preciso investir na agricultura e sublinhado a necessidade de olhar para o interior do país como aposta a privilegiar no futuro, refere a Associação em comunicado.

“Nunca como nos últimos anos se desinvestiu na agricultura. Os exemplos são muitos, mas lembramos apenas um exemplo, paradigmático, de como o interior e o setor agrícola foi tratado por este Governo, que agora cessa funções”, acrescenta.

 

O projeto delineado pela empresa Espaço Visual, para a AAPIM, apostava em estimular o investimento em 24 concelhos numa região fortemente deprimida, social e economicamente, promovendo a integração de novos empresários agrícolas, prestadores de serviços e empresários da agroindústria. “A falta de apoio político por parte dos ministros Jaime Silva e António Serrano, que não deram prioridade ao desenvolvimento do interior de Portugal, explica que este Plano nunca tenha sido aprovado”, refere José Martino, responsável pela Espaço Visual, no mesmo comunicado. O responsável espera agora que as palavras de Cavaco Silva possam dar novo impulso ao projeto.

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Em causa está um investimento total estimado em 53 milhões de euros tendo em vista a obtenção, ao fim de três anos, de cinco mil hectares de olival em modo biológico de variedades regionais da Denominação de Origem Protegida da Beira Interior. Prevê-se que 60% da produção se destinará à exportação, com destaque para países de elevado potencial económico, como o Japão e o Canadá. Prevê que possam ser criados, direta e indiretamente, cerca de dois mil postos de trabalho

 

José Martino explica que “uma das grandes virtualidades do plano é o de prever intervenções na produção, agroindústria, formação profissional, empresas de prestação de serviços, comercialização e marketing, tendo como grandes objetivos, criar um produto da alta qualidade, com valor acrescentado, ao qual também alia a quantidade, para se obter um forte impacto nos mercados, sobretudo os da exportação”.

Além da implantação de novos olivais há ainda um segundo objetivo do plano: a sustentabilidade e competitividade dos agricultores por via do aumento da produtividade do olival. Um aumento possível pela introdução de novas tecnologias de produção, com investimentos em sistemas de irrigação, em nutrição e controlo fitossanitário com impacto controlado sobre o ambiente, entre outros, além do aumento médio da área das explorações.